29 de jul. de 2017

PRECEPTOR - Dogmatismo (Álbum)


2017
Selo: Songs for Satan / Misanthropic Records / Jazigo Distro / Philosofic Arts
Nacional

Nota: 8,7/10,0

Tracklist:

1. A Peste
2. Corporações Criminosas
3. Maldição
4. Universo de Máscaras
5. Preceptor
6. 2810
7. Poseidon
8. Dogmatismo
9. Alienação Corrupção
10. Desespero
11. Depression Field


Banda:


Du - Vocais
Grilão - Guitarras
Sérgio Wildhagen - Guitarras
Fred - Bass
Morone Hiffer - Bateria, backing vocals


Contatos:

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Assessoria: 


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O interessante do Death Metal mais voltado à Old School (ou seja, mais focado no Death Metal surgido no início dos anos 90) no Brasil é que, apesar dos muitos que vivem apenas da velha fórmula que já está bem gasta, alguns ainda retiram dela possibilidade sonoras bem interessantes. Isso acontece quando o músico aproveita suas influências e evita uma orientação extremamente intencional da música. E nisso, o experiente quinteto PRECEPTOR, de Belo Horizonte, é um dos baluartes no Brasil, nos trazendo seu primeiro “Full-Length”, “Dogmatismo”.

Depois de sete anos após o lançamento do EP “Missiva Apocalíptica”, finalmente eles retornam com seu Death Metal que mixa influências das escolas inglesa, americana e sueca, tendo inspiração em nomes como BOLT THROWER, BENEDICTION, MORBID ANGEL e ENTOMBED. Mas não pensem que eles, só por fazerem um estilo de som já bem explorado, não têm nada a acrescentar. Como dito acima, as idiossincrasias de cada um dos membros se fundem para dar ao quinteto uma personalidade bem forte e agressiva, com arranjos simples e diretos, mas sempre empolgante e com muita agressividade.

A produção de “Dogmatismo” é muito boa, bruta e crua, mas feita com qualidade. Tudo visando que a música da banda flua da forma mais orgânica e ríspida possível. Mas mesmo assim, houve um claro esforço para que os instrumentos soassem o mais claro possível, para que se possa compreender o que a banda quer de sua música. Além disso, a capa é muito boa, com um desenho deixando bem claro o teor crítico azedo de suas letras.

Sonoramente, o grupo não soa exagerado em nenhum aspecto além da agressividade. A velocidade é moderada (salvo alguns momentos mais acelerados aqui e ali), belo trabalho dos vocais guturais (com alguns urros rasgados aqui e ali), uma dupla de guitarras coesa e criativa nos riffs, baixo e bateria formando uma base rítmica sólida e pesada. E como já dito: a música do grupo não prima por algo tecnicamente rebuscado, pois não precisa. É fácil de ser assimilada.

Cantando em português, o quinteto só aproveitou duas apresentadas antes (“Preceptor”, de sua Demo de 2007, e “Desespero” que aparece tanto nessa mesma Demo como no EP “Missiva Apocalíptica”). O restante é feito de músicas mais novas, onde a experiência individual de cada integrante transpira. Mas os melhores momentos do Cd ficam mesmo com a veloz e sinuosa “Corporações Criminosas” (muito bons arranjos de guitarras e as mudanças rítmicas são ótimas, fora o impacto duro e agressivo da mesma), o azedume cadenciado e denso das guitarras em “Maldição” (mesmo nas partes mais rápidas, a rispidez é absurda), os riffs abusivamente pesados e o baixo com bons momentos técnicos em “Universo de Máscaras”, a esporreira brutal e rápida de “Preceptor” (onde os vocais mostram toda sua potencialidade em seus timbres guturais “from the depths”), a opressão imposta pelos contrastes de velocidade nos tempos de “2810”, a porradaria que estanca sem dó em “Dogmatismo” (haja pescoços, já que essa levada um pouco mais veloz é empolgante, especialmente porque os riffs são bem ganchudos), a energia e empolgação Death Metal hardcorizada em “Alienação Corrupção” (mais um grande momento dos vocais), e o clima amargo e denso dos anos 90 que permeiam “Desespero” e “Depression Field” se destacam. Mas mesmo assim, é preciso dizer que “Dogmatismo” é um disco em que o nível de composição é bem equilibrado, soando pesado e denso como uma muralha de granito.

Esperemos que o PRECEPTOR continue na luta, e nada de mais 7 anos até o próximo lançamento, por favor.



KIKO DITTERT - Just One Death / Black & White Final (Singles)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 9,1/10,0

Tracklist:

1. Just One Death
2. Black & White Final


Banda:


Kiko Dittert - Guitarras
Mark Boals - Vocais em “Just One Death”
Renato Tribuzzy - Vocais em “Black & White Final”
Maxi Nil - Vocais “Black & White Final”
Mike Lepond - Baixo
Bob Katsionis - Teclados
Robson Pontes - Bateria


Contatos:

Site Oficial:
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Youtube:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: http://www.maximusmusic.com.br/ (Maximum Music Channel)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Uma das coisas mais sacais para fãs de música é sempre aquele bendito disco instrumental. Óbvio que para instrumentistas, um disco instrumental pode ser uma ótima pedida, mas para uma esmagadora maioria dos fãs de música, raros são os discos sem vocais que são suportáveis. Mas há casos em que o instrumentista em questão é capaz de compor músicas como um todo, deixando de lado a vocação de focar todo o trabalho em seu instrumento, preferindo criar canções que funcionem como um todo. E nesse segundo aspecto, o guitarrista carioca KIKO DITTERT é um mestre, como se ouve nos Singles "Just One Death" e "Black & White Final".

Trazendo na bagagem os quase 25 anos de atividade no DREADNOX, Kiko se mostra um mestre em criar uma sonoridade moderna e agressiva, mas ao mesmo tempo, melodiosa e envolvente. E o mesmo, apesar de sua ótima técnica instrumental, ele preferiu reunir um time de músicos célebres para tocar este Single adiante, sem apelar para um mero trabalho instrumental que seria enfadonho para muitos.

Esmiuçando: ambos os Singles são compostos de faixas cantadas, e são bons demais!

A produção é de Alexandre Macedo (que também fez a mixagem) e do próprio Kiko, tudo no Full Sound Studio. A sonoridade prima por um feeling moderno e bem pesado, com timbres secos e bem agressivos. E isso gera um contraste ótimo com o feeling melodioso de cada uma das canções. Tudo soando em seu devido lugar, tudo claro e pesado.

O ponto forte de ambos os Singles é o equilíbrio entre os instrumentos musicais. Todos estão brilhantes e com bons tons, mas isso tudo funciona bem porque as canções são muito bem arranjadas, com linhas melódicas que permitam que a potencialidade de cada um seja bem explorada.

Em "Just One Death", uma canção fácil de assimilar devido a sua acessibilidade, os vocais estão ótimos, com doses equilibradas e agressividade e melodia (belo trabalho de Mark Boals, sem mencionar as lindas passagens de teclados de Bob Katsionis (do FIREWIND e SERIOUS BLACK). Em "Black & White Final", a banda pega mais pesado, em uma canção moderna que privilegia bastante a fluência técnica das guitarras de Kiko pela mudança de ritmos, mas ao mesmo tempo, o baixo de Mike Lepond e a bateria de Robson Pontes mostram uma pegada bem pesada e conduzem bem os ritmos, e que belos vocais de Renato Tribuzy e de Max Nil (do JADED STAR).


No mais, curtam bastante, pois o trabalho de Kiko é muito bom. E ambos se encontram disponíveis no Spotify.