28 de mai. de 2017

DYNASTY - Motus Perpetuos (Álbum)


2004
Avantage Records
Nacional


Tracklist:

1. Not in Vain
2. Eternity
3. Against All Evil
4. The Word That Remains
5. Miztvoth
6. Following the Sign
7. Another Chance
8. Salvation
9. Just for Loving You
10. The Time is Over
11. Goldenland


Banda:


Nahor Andrade - Vocais
César Martins - Guitarras
Tuta - Guitarras
Gustavo Ivon - Teclados
Ivan Almeida - Baixo
Ademir Machado - Bateria

Convidados:

Eduardo Parronchi - Guitarras em “The Word That Remains” e “Miztvoth”
Ricardo Parronchi - Backing vocals em “Against All Evil” e “The Time is Over”, baixo em “The Word That Remains”
Rodrigo Grecco - Backing vocals em “The Word That Remains” e “Miztvoth”
Valdir Vale Maia - Violoncelo em “Goldenland”


Contatos:

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Instagram:
Assessoria:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Há alguns dias, tivemos a oportunidade de resenhar o mais recente álbum do grupo mineiro DYNASTY, “Step by Step” (que já deve ter sido lançado pela Marquee Records por estes tempos). Mas eis que chega a nossas mãos a versão deluxe de “Motus Perpetuos”, disco de 2004 e esta versão foi lançada em 2007. E achamos interessante falar do passado do grupo, sem tirar os valores atuais.

Aqui, o lado Power Metal da banda era bem mais evidente, com melodias mais bem trabalhadas e maior participação dos teclados. Mesmo porque, na época, o grupo era um sexteto, com um tecladista fixo. A maior diferença em relação aos dois trabalhos é simples: enquanto “Step by Step” possui uma pegada mais pesada, agressiva e moderna, “Motus Perpetuous” tem um jeitão mais elegante, realmente mais voltado ao Power Metal, apresentando boa técnica e muitos arranjos de primeira, sem contra que o grupo mostra personalidade e é bem versátil.

Ou seja: se percebe que a banda evoluiu entre os discos, mas mantendo a consensualidade de seu estilo.

A produção é de Ricardo Parronchi, tendo a mixagem de Paulo Brancaccio, mais a masterização de Heron Trench. Óbvio que a qualidade sonora de “Motus Perpetuous” é ótima, bem esmerada e limpa, mas com aquela dose de peso essencial ao Power Metal. E, além disso, a arte gráfica desta versão ficou muito bonita, o layout ótimo e tudo de primeira categoria, em uma apresentação realmente diferenciada.

O grupo mostra boa técnica e peso de sobra, mas seu foco é realmente na totalidade de cada música, esquecendo completamente de virtuosismos individuais que nada acrescentam ao trabalho deles. E a dinâmica entre os instrumentos e os vocais é ótima. Eles realmente capricharam.

Por melhores momentos do CD, destacam-se a ótima e envolvente “Not in Vain” (que apresenta teclados muito bons, ótimos vocais, e certo “feeling” anos 80 interessante), a força dos riffs e mudanças de ritmo de “Eternity” (onde baixo e bateria mostram seu valor), a pegada pesada e ganchuda de “Against All Evil” e “Following the Sign”, o baixo forte e pesado de “Another Chance”, o lado mais sensível e introspectivo mostrado em “Just for Loving You”, e a bem feita e trabalhada “Goldenland”.


Ou seja: mesmo que a roupagem mude, o DYNASTY é sempre uma banda de primeira.

MAESTAH - Maestah (Álbum)


2014
Independente
Nacional

Nota: 8,7/10,0


Tracklist:

1. The Pilgrim
2. The Desert of Soul
3. Sands of Time
4. Shelter
5. Angels Cry for Me
6. City of Destruction
7. Gate of Damnation
8. Little Shining Star
9. Mia Piccola Stela


Banda:


Celso de Freyn - Vocais
Lucas Santana - Guitarras
Diego Maciel - Teclados
Eduardo Pieczarka - Baixo
Marlon Roberto - Bateria


Contatos:

Site Oficial:
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Bandcamp:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Falar em Prog/Power Metal, em geral, remete os fãs àqueles trabalhos musicais com viagens instrumentais longas, técnica exacerbada que, para muitos, é algo um pouco entediante. Muitas bandas do gênero perdem a linha justamente por esquecerem que o mais importante é a música em si, não a técnica individual (está é uma consequência da primeira, não o oposto). Mas quando uma banda acerta a mão, o trabalho fica muito bom. E o MAESTAH, de Curitiba (PR) mostra que sabe o que faz em seu primeiro trabalho, “Maestah”.

Na época do lançamento, o quinteto ainda era uma banda com apenas dois anos de experiência na bagagem. Mas mesmo assim, eles souberam fazer algo que transita entre o Prog e o Power Metal, mas com peso e uma pegada bem pesada. Se o ouvinte quer técnica, encontrará, mas como consequência do que o grupo faz musicalmente. E por isso, o quinteto mostra uma autenticidade, uma espontaneidade muito interessante e com melodias que nos envolvem.

“Maestah” é mais uma ótima produção que sai das mãos de Karim Serri, e a masterização é de Fábio Henriques. A sonoridade resultante é algo mais seco e um pouco mais cru do que a qualidade que estamos acostumados em bandas que trilham este caminho. Mas deu peso e consistência ao trabalho do grupo, diferenciando o quinteto de uma enxurrada de bandas similares. E a arte gráfica de Rafael Taravres Gripp ficou ótima e elegante, dando corpo à música de bom gosto deles.

O MAESTAH pode render mais, fica óbvio na audição do álbum. Mas já possuem identidade, sabem o que querem fazer e a criatividade que mostram é muito boa. Aliado a isso, a música da banda não soa enjoativa por evitarem transcender os 7 minutos de duração (apenas duas delas passam de seis minutos), logo, fica bem mais acessível aos fãs dos mais variados gêneros de Metal.

Melhores momentos de “Maestah”: a pesada e progressiva “The Pilgrim” (muito boa técnica, mas teclados, baixo e bateria estão muito bem, sem mencionar um belíssimo refrão), os elementos “noir” que ganham um peso elegante e bem trabalhado em “The Desert of Soul”, o peso opressivo e cheio de toques bem feitos de teclados de “Sands of Time”, a energia bem melodiosa e com vocais azedos de “Angels Cry for Me” (em alguns momentos, lembram um pouco o estilo de Bruce Dickinson), o andamento cheio de mudanças e “heavyssivo” de “Gate of Damnation” (cheio de momentos pesados, sustentados por belos arranjos nos teclados), e as duas versões de “Little Shining Star” e “Mia Piccola Stela”, cuja diferença está no idioma, e que a segunda tem arranjos mais voltados às guitarras limpas, mas ambas são muito boas.

Se ainda lhes faltava certa experiência na época, o segundo disco deles promete!


SAINT - Too Late for Living (álbum)


1988
Avantage Records
Nacional

Tracklist:

1. Too Late for Living
2. Star Pilot
3. The Accuser
4. The Rock
5. On the Streets
6. Returning
7. The Path
8. Through the Sky
9. The War is Over


Banda:


Richard Linch - Vocais
Dee Harrington - Guitarras
John Mahan - Guitarras
Josh Kramer - Baixo
John “The Machine” Perrine - Bateria


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Quando ouvimos discos de uma banda veterana no cenário, a cobrança pode ser extremamente pesada, uma vez que o nome grupo, muitas vezes, já nos deixa ansiosos pelo que pode vir, além da qualidade de trabalhos anteriores nos leva a querer que o grupo sempre se supere (ou que, no mínimo, se iguale). E aqui, estamos falando de um veterano calejado, o SAINT, de Salem (OR) Mas não se preocupem, pois “Too Late for Living”, primeiro disco do grupo, é ótimo.

Aqui se ouve aquilo que chamamos de US Metal, ou seja, aquela mistura do peso que a escola europeia do gênero legou ao mundo, mais a técnica e melodias bem definidas que os músicos norte-americanos carregam em seu DNA. Ou seja, é uma combinação muito boa de peso, agressividade e melodias. E a banda possui um trabalho esmerado em cada refrão das canções do disco, bem como o nível de acessibilidade musical é alto, mas sem que caia no Hard Rock ou no Glam Metal. Óbvio que fãs de bandas como OMEN, LIZZY BORDEN, VICIOUS RUMORS, MALICE e outros dessa safra irão se identificar bastante com o trabalho do SAINT.

Dave Lohr e Richard Linch são os produtores do álbum, e eles conseguiram dar uma sonoridade firme e pesada ao grupo. Poderia ser melhor, pois ela soa um pouco crua demais, mesmo para aqueles dias. Mas se percebe que essa sujeira dá peso e energia ao trabalho do grupo. Além disso, a arte da capa eixa clara a mensagem do grupo.

Musicalmente falando, o SAINT segue a escola da época: energia, melodia, peso e temas grudentos. Mas se percebe que os arranjos do quinteto são ótimos, bem polidos, mas espontâneos.

Chega a ser um grave pecado não falar de canções como “Too Late for Living” e sua energia intensa e crua (com aquela clara influência do JUDAS PRIEST, especialmente nas guitarras e vocais), a melodia funcional e ótimo refrão de “Star Pilot” (mais uma vez, ótimos vocais e backing vocals fortes), a ganchuda e cheia de guitarras fantásticas “The Rock”, a envolvente linha melodiosa e técnica que a banda usa em “Returning” (baixo e bateria estão muito bem, verdade seja dita, mas por ser uma instrumental, as guitarras chegam a cuspir fogo), a rascante e selvagem “Through the Sky” e suas guitarras faiscando em riffs pesados e solos de primeira, e a mais acessível e com pegada hardona “The War is Over”.

Para os fãs da banda, “Too Late for Living” é um clássico. Mas de lá para cá, nesses quase 30 anos, a banda tem outros lançamentos ótimos. O SAINT continua por aí, logo, prestem atenção que vem coisa boa em breve!

O Metal Samsara não afere notas a discos clássicos, mas este levaria um "10,0/10,0" de olhos fechados!

RIFFOCITY - Under a Mourning Sky (Álbum)


2017
Importado

Nota: 9,3/10,0

Tracklist:

1. Hail Thy Father
2. Arnis Oblivion
3. Bitter Sunday
4. Fortunes of Death
5. This Eternal Secret Lies Above
6. From Inside the Arrows Come
7. Isolation
8. Perished Unloved
9. Under a Mourning Sky
10. Above the End


Banda:



Thomas Trampouras - Vocais
Giorgos Lezkidis - Guitarras, backing vocals
Dimitris Kalaitzidis - Guitarras, backing vocals
Panos Savvas - Baixo

Convidados:

Bob Katsionis - Guitarra solo em “Above the End”
Constantin Maris - Vocais


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Uma das características mais interessantes do Metal como um todo é sua capacidade de mudar, de crescer e evoluir a partir de um estilo. Quantas e quantas experimentações já não renderam novos gêneros e possibilidades dentro do gênero?

As possibilidades são infinitas, dependendo apenas dos músicos. E em termos de criatividade, as bandas da Grécia tem se mostrado capazes de arcar com desafios bem difíceis e se saírem bem. Deve ser o sangue de Alexandre, o Grande. E grandioso é o trabalho do RIFFOCITY, banda de Serres (Macedônia Central), que nos brinda com o excelente “Under a Mourning Sky”, seu primeiro álbum.

O grupo mostra uma criatividade imensa, pois misturaram o Thrash Metal mais raivoso de METALLICA, TESTAMENT e MEGADETH com o toque melodioso do ICED EARTH, permitindo assim surgir um híbrido renovado e pronto para tomar o mundo de assalto. E mesmo alguns arranjos com teclados entram no meio da massa sonora de ótimos riffs agressivos (e solos melodiosos), vocais com timbres agressivos da voz normal (e bem próximos ao estilo de Matt Barlow nos momentos mais calmos), e uma base rítmica intensa, pesada e bem trabalhada.

E assim, o quarteto mostra que tem personalidade e estilo bem próprio.

Tendo mixagem e masterização feitas por Bob Katsionis (guitarrista e tecladista do FIREWIND) no Symmetry Studio, não é à toa que “Under a Mourning Sky” soe tão bem aos ouvidos, sendo capaz de soar agressivo e poderoso, mas com clareza instrumental e vocal. Ou seja, o disco é capaz de soar agressivo e elegante sem nenhum problema.

E a arte da capa expressa os contrastes existentes no trabalho musical do grupo, pois é elegante e azeda (mostrando uma imagem de Cronos, o titã), mas com uma forte agressividade subjetiva devido ao contraste de cores.

Melhores momentos do disco: as misturas de riffs agressivos de guitarras contrastando com teclados melodiosos em “Hail Thy Father” e “Arnis Oblivion” (onde o lado mais melodioso e com grande influência de ICED EARTH fica bem evidente, especialmente nos vocais), a base rítmica de baixo e bateria em “Bitter Sunday” (cheio de ótimos arranjos, com a agressividade sendo explicitada de forma maravilhosa), a força melodiosa e envolvente que surge de forma bem espontânea em “Fortunes of Death” (mais uma em que os vocais mostram um trabalho muito bom), a mezzo melódica mezzo agressiva “From Inside the Arrows Come”, além da pegada pesada e belíssimo trabalho de arranjos nas linhas melódicas e harmonias de “Under a Mourning Sky” e “Above the End”.

Mais um grande nome do cenário Metal da Grécia, com muito potencial, e que só precisa de uma ouvida sua para que o futuro deles possa ser grandioso.

Ponho fé e recomendo!