12 de fev. de 2017

MORTUO – Old Memories of the Past (CD)


2016
Tornhate Records / Metal Hatred / Rock Animal / Pictures From Hell Distro / Impaled Records / Violent Records / Genocídio Records / Metal Rocl Studio Wear / Infernal Rites Discos / Heavy Metal Rock
Nacional

Nota: 9,0/10,0

Tracklist:

1. In All the Places                
2. Obscure Ancient War                   
3. For Profanation                 
4. Hunting in the Darkness               
5. Road of Evil                     
6. Past I: The End of Hope               
7. Old Memories of the Past             
8. Past II: The Consequence             
9. Devil Eyes             
10. Raise the Dead


Banda:


Vox Morbidus - Vocais, guitarras, baixo, bateria, teclados


Contatos:

Sangue Frio Produções (Assessoria de Imprensa)


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Cada vez mais, um “assemble” de parcerias parece ser a via para bandas de Metal, de qualquer vertente que seja, conseguirem lançar seus discos. E muitas vezes, tem discos que pensamos “por que diabos algum selo não se interessou por este CD?”, de tão bom é o resultado que nos chega aos ouvidos. E o MORTUO, uma one man band de Curitiba (PR) nos chega com seu devastador “Old Memories of the Past”.

O trabalho de Vox Morbidus é focado no Black Metal da segunda geração, a famosa SWOBM (Second Wave of Black Metal, sigla criada por este autor), ou seja, a leva vinda de Noruega, Grécia e Suécia, com expoentes como MAYHEM, BURZUM, DARKTHRONE, SATYRICON, EMPEROR, ROTTING CHRIST e tantos outros que já conhecemos. E aqui, não é diferente, já que a música é atmosférica, soturna, mórbida, mas ainda assim violenta e agressiva. O diferencial está justamente na personalidade com que as músicas foram criadas, pois Vox Morbidus faz sua música conforme deseja, não conforme regras pré-existentes. E por isso, “Old Memories of the Past” soa, ao mesmo tempo, diferente e saudosista da época em que o Black Metal era algo que desafiava o ouvinte.

Todo o trabalho de produção, mixagem e masterização, bem como a parte gráfica do disco, são do próprio Vox Morbidus. Em termos de gravação, temos aquela junção perfeita de timbres crus, gravação agressiva e ríspida (mas com bom nível de clareza, para que possamos compreender o que é tocado), e peso. Sim, ele acertou em cheio, apostando em algo um pouco mais simples do que atualmente se faz, ganhando aquele som mórbido e orgânico da SWOBM.

E a arte gráfica, focada em tons de preto, branco e cinza, com alguns detalhes em vermelho, ficou excelente, dando aquele clima soturno essencial ao estilo. E isso em uma forma bem simples, sem exageros. E a diagramação, também bem simples está ótima.

Vocais em timbres rasgados extremos, baixo e bateria com bom trabalho e peso cavalar, riffs cortantes e alguns solos, teclados perfeitos. Esses elementos, que cada vez ficam mais raros de serem encontrados hoje em dia, formam uma música intensa, cheia de vida, e com personalidade. E a dinâmica dos arranjos é perfeita.

Aconselho o leitor a não deixar de ouvir uma faixa que seja, pois todas são jóias preciosas. Mas a violenta e climática “Obscure Ancient War” com seu andamento variado e belos arranjos de teclados, a soturna e crua “Hunting in the Darkness” e seus belos riffs de guitarra (foram um trabalho ótimo de vocais e um alinhavo melódico dado pelos teclados), a opressiva e cadenciada “Road of Evil” (que até possui alguns momentos mais velozes, mas sem quebrar o clima denso e introspectivo, além de um trabalho muito bom de baixo e bateria), a também lenta e azeda “Past I: The End of Hope” com alguns momentos mais trabalhados, e a amargura da SWOBM expressada em “Old Memories of the Past” com partes lentas se alternando com outras mais rápidas. Mas calma que ainda temos duas pérolas: a versão para “Devil Eyes” do EVILUSIONS (primeiro nome do grupo, quando ainda era apenas feito com partes de teclados e cordas limpas, mas aqui, em uma versão trabalhada e cheia de melodias sinistras), e a destruição em massa de “Raise the Dead”, canção clássica do BATHORY, com uma roupagem própria, guitarras cortantes e mesmo teclados aumentando o clima sinistro da versão original.

Isso é Black Metal de verdade!


Palmas para o MORTUO, e que o projeto não fique apenas nesse lançamento.

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