28 de mai. de 2016

Quem Sou Eu: Fabiano Penna (REBAELLIUN)


Função: guitarrista, compositor, produtor.

Estilos de Metal/Rock que gosta: todos.

Como começou no Metal: entre 1989 e 1990 peguei emprestado alguns discos de amigos da minha rua, ouvi em casa e a partir daí viciei em ouvir Heavy Metal. Pelo que lembro tinha SLAYER, SEPULTURA e HELLOWEEN nessa lista.

Qual a primeira música que ouviu de Metal/Rock: antes desse episódio no meu bairro, eu já tinha tido contato com Iron Maiden na escola, inclusive tentei comprar o "The Number of the Beast" quando tinha uns 10 anos, mas meu pai não deixou, haha... Acho que a primeira música que ouvi mesmo foi a "Bark at the Moon" do Ozzy, durante a programação do primeiro Rock in Rio na Rede Globo, em 1985.

Primeiro disco que teve de Metal/Rock: "Ride the Lightning", do METALLICA.

Disco favorito de Metal/Rock: "South of Heaven", do SLAYER.

Banda favorita: SLAYER.

Vocalista favorito: Max Cavalera.

Guitarrista favorito: Jimi Hendrix.

Baixista favorito: Lemmy.

Baterista favorito: Dave Lombardo.

Um hino dentro do gênero, e porque ele: "Inner Self", do SEPULTURA. Acho que muito em função da letra, não tinha como você ser um adolescente no Brasil no início da década de 90, curtir Heavy Metal e não se identificar com essa letra. A gente pirava no SLAYER, no JUDAS PRIEST, no IRON MAIDEN, mas o que o SEPULTURA tava fazendo tinha a ver diretamente com a nossa realidade e a identificação era imediata e genuína. Lembro que na primeira turnê do REBAELLIUN na Europa em 1998, depois de um show bebendo no bar, em algum momento o DJ tocou essa música e fiquei meio que em choque ouvindo, eu tava do outro lado do mundo tocando com a minha banda e tudo por influência desses caras...

Uma decepção com uma banda que gosta: nenhuma, eu respeito o artista e acho que ele pode e deve fazer o que quiser, quando quiser. Se não me identifico mais, não ouço e sigo a vida, esse lance de se decepcionar, de dar piti porque a banda mudou o som é um exagero e um desrespeito com o artista, que deve ser livre pra fazer o que bem entender.

Melhor recordação: há muitas. Mas talvez o fim do primeiro show que fizemos em Ghent, na Bélgica, em Novembro de 1998. Fomos fazer uma participação num show no Frontline, pub clássico naquele país, acabamos tocando 5 ou 6 músicas e a plateia ficou simplesmente alucinada, compraram todas nossas demos em poucos minutos e todos do bar queriam pagar uma cerveja pra gente. Acabamos todos bêbados e felizes pra caralho, porque ali praticamente demos o primeiro passo na nossa trajetória.

Um sonho dentro do cenário: o meu sonho pessoal é continuar podendo dedicar meu tempo integral à música, algo que conquistei e espero conseguir manter pra sempre. Pro cenário, que as pessoas reclamem menos e trabalhem mais, ouço muita desculpa e vejo pouca gente com sangue no olho pra ir atrás das coisas com vontade. Quem vai, acaba atingindo seus resultados.

Um pesadelo dentro do cenário: não consigo conceber um ‘pesadelo’. As pessoas meio que visualizam o ‘cenário’, como se fosse algo sagrado, uma entidade, sei lá. A cena de Metal, aqui ou em qualquer lugar do mundo, é formada por pessoas. Há pessoas boas e pessoas ruins. Fora e dentro do cenário. Eu conheci muita gente legal em função da música, do Metal, mas também conheci e conheço muito filho da puta. E a vida é assim, a gente tem que aprender a lidar com as pessoas boas e com as ruins também, o cenário sempre vai ter gente boa e gente ruim, não adianta achar que um dia vai ser perfeito porque não vai. Assim como também nunca vai ser um desastre total, um ‘pesadelo’.

Minha vida no Metal/Rock pode ser definida pela letra da canção: "Inner Self", de novo.


Veja o lyric video para "Affronting the Gods", do disco mais recente do REBAELLIUN, "The Hell's Decrees".



Acompanhe o trabalho de Fabiano Penna nos seguintes links:

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VAN CANTO - VOICES OF FIRE (Álbum)


2016
Nacional

Nota: 9,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Cada vez mais, as bandas jovens buscam se diferenciar das que vieram antes, e mesmo das que já existem. Estas são herdeiras da mentalidade que guiou os criadores do Heavy Metal e todas as bandas grandes que conhecemos: a necessidade de ter um trabalho próprio, diferente do que já existe.

Este fator gera, vez por outra, bons nomes. E um que tem se destacado bastante é o do VAN CANTO, grupo alemão que trabalha usando várias linhas vocais diferentes em meio ao seu Power Metal, gerando um efeito conhecido como Acappella (que nada mais é que o canto com várias vozes diferentes, mas sem nenhuma intervenção instrumental, em geral visto nas igrejas antigas, e originado a partir do canto gregoriano). Ou seja, temos o que pode ser definido como Power Metal Acappella. E é justamente isso que encontramos em "Voices of Fire", novo disco do grupo, e que a Shinigami Records colocou no mercado nacional.

Van Canto
O que diferencia o estilo do grupo de seus colegas não é apenas na complexidade do trabalho vocal, mas também na pegada mais pesada e agressiva, e no pouco uso de levadas mais rápidas. Há uma preocupação estética evidente durante todo o disco, mas ao mesmo tempo, soa espontâneo, com alguns momentos cheios de grandiosos crescendos, e outros onde a beleza mais introspectiva se faz ser sentida. E assim, "Voices of Fire" se mostra um álbum deliciosamente desafiante aos nossos sentidos.

A produção do disco foi feita de forma que ele soa limpo e com cada detalhe claro aos nossos ouvidos, mas ao mesmo tempo, há uma dose de peso bem evidente, sensível, e que nos leva a balançar a cabeça durante as canções. Ao mesmo, o trabalho artístico da capa é algo belo, fora o layout e design usados, mais um encarte com ótima apresentação, embora não seja algo muito carregado ou complicado. É justo, apenas isso, e assim, ótimo.

O trabalho do VAN CANTO exige dos não acostumados certa paciência, já que sua musicalidade cheia e pomposa não é tão fácil para ser digerida, e a compreensão toma um tempo considerável. Mas grandes discos são assim, pois a cada ouvida, um universo de diversidade musical nos aguarda em "Voices of Fire", novos detalhes e arranjos são percebidos. E digamos de passagem: o sexteto realmente caprichou em termos de composição.

Há algumas narrativas que precedem ou encerram cada uma das faixas, fazendo com que o clima pomposo e medieval fique ainda mais denso.

Não existem "melhores faixas", já que "Voices of Fire" é um disco ótimo como um todo, distante de qualquer crítica negativa. Mas para certo preciosismo, podem começar em suas primeiras audições pela excelente e pegajosa "Clashings on Armour Plates" (que bela exibição de vocais, com cantos e contracantos perfeitos, em meio a boas mudanças de ritmo), a mais introspectiva "Dragonwake" (recheada de belas vocalizações femininas, adornadas por corais maravilhosamente intensos e marcantes, tudo isso em um andamento mais cadenciado e pesado), a acessível "Time and Time Again" (guiada principalmente por vocais masculinos, e mais uma vez, cheia de mudanças de tempos muito boas, além de um providencial solo de guitarra), a linda e bem trabalhada "Firevows (Join the Journey)" (que já apresenta a estrutura vocal que o grupo chama de "rakkatakka", ou seja, certas repetições onomatopéicas de sons de instrumentos musicais), a muito bem trabalhada "The Betrayal", e a medieval "The Bardcall" e suas lindas vocalizações assentadas sobre um trabalho ótimo de baixo e bateria.

No mais, "Voices of Fire" merece palmas por ser um disco ótimo, e o VAN CANTO se mostra uma banda diferenciada e de primeira linha.





Músicas:

1. Prologue
2. Clashings on Armour Plates
3. Dragonwake
4. Time and Time Again
5. All My Life
6. Battleday's Dawn
7. Firevows (Join the Journey)
8. The Oracle
9. The Betrayal
10. We Are One
11. The Bardcall
12. To Catharsis
13. Epilogue


Banda:

Ross Thompson - Vocais
Sly - Vocais
Inga Scharf - Vocais
Stefan Schmidt - Vocais
Jan Moritz - Vocais
Bastian Emig - Bateria


Contatos:

Youtube