10 de abr. de 2016

CIRCLE II CIRCLE - Reign of Darkness (álbum)


2015
Nacional

Nota: 9,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Certas bandas já nascem com enormes expectativas em seu trabalho.

As coisas são assim devido ao fato de que um músico, já reconhecido por trabalhos marcantes em bandas de renome, sai e resolve iniciar um novo trabalho. E o CIRCLE II CIRCLE sempre foi cercado dessa expectativa, já que o vocalista Zak Stevens é bem conhecido por sua passagem brilhante pelo SAVATAGE. Mas que fique claro que ambas as bandas são bem diferentes, e em "Reign of Darkness", álbum mais recente do sexteto e que a Shinigami Records colocou nas lojas por aqui, deixa essa diferença ainda mais evidente.

O grupo foca suas energias em uma forma cheia de energia, peso e melodia do que conhecemos por American Heavy Metal, ou seja, a técnica e melodia da escola americana com o peso do Metal tradicional. E vemos um trabalho ótimo, recheado por vocais maravilhosos (em uma ótima mistura de agressividade e melodia), um trabalho de guitarras de primeira (com bases fortes e bem trabalhadas, e solos virtuosos e cheios de melodia), teclados fazendo um trabalho muito bom, e uma base rítmica sólida e coesa, mas bem trabalhada. E se por um lado não soa inovador, é ótimo e cheio de personalidade.

A produção é do próprio Christian Wentz, mais mixagem de Ron Keeler e masterização de James Murphy. Óbvio que a sonoridade do grupo é limpa e deixa cada um dos instrumentos em seu devido lugar, com bons timbres. Mas o disco soa mais pesado e intenso que seus antecessores. E, além disso, a arte de João Duarte é excelente, se enquadrando muito bem ao trabalho musical do grupo.

O CIRCLE II CIRCLE não deixa a peteca cair em um momento que seja do CD, mantendo o alto nível e o peso em cada uma das canções. Além disso, a vibração e espontaneidade da banda são grandes, mesmo com tantos arranjos musicais ótimos. E ainda temos alguns convidados especiais em Adam Sagan (percussão), Bud Salvatti (percussão), Kristina Van Amburgh (vocais femininos), e Paul Perry (vocais adicionais).

Embora o disco inteiro seja bem homogêneo em termos de composição, podemos destacar a arrasadora "Victim of the Night" (onde os vocais e teclados se destacam bastante), a pesada e elegante "Untold Dreams" e seu jeito envolvente de ser, a melodiosa "One More Day" e seu refrão pegajoso (além de um trabalho peso-pesado de baixo e bateria), o peso técnico e envolvente da escola Norte-Americana presente em "Somewhere" (mesmo em seus momentos mais progressivos), a mais simples e dinâmica "Taken Away" (com alguns toques mais acessíveis aqui e ali, mesmo sob a pressão do peso dos riffs), e a bela e introspectiva "Solitary Rain" (uma semi balada pesada, com belos arranjos de teclados, momentos mais técnicos da bateria e solos excelentes, além da presença de corais gregorianos ótimos).

Ótima banda, sem sombra de dúvidas, e "Reign of Darkness" é mais uma jóia que eles nos concedem.





Músicas:

1. Over-Underture (instrumental)
2. Victim of the Night
3. Untold Dreams
4. It's All Over
5. One More Day
6. Ghost of the Devil
7. Somewhere
8. Deep Within
9. Taken Away
10. Sinister Love
11. Solitary Rain



Banda:


Zak Stevens - Vocais
Christian Wentz - Guitarras, backing vocals
Bill Hudson - Guitarras, backing vocals
Mitch Stewart - Baixo, backing vocals
Henning Wanner - Teclados, Guitarras, backing vocals
Marcelo Moreira - Bateria 


Contatos:

TARJA - Luna Park Ride (DVD/Duplo CD ao vivo)


2015
Nacional

Nota: 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Há momentos em que as cisões entre artistas e bandas acabam gerando duas ótimas opções musicais.

Explicando com um exemplo: quando Ozzy saiu do BLACK SABBATH, ele montou uma carreira solo, e o grupo original se manteve com Dio nos vocais. Ou seja, ganhamos duas bandas.

Podemos dizer que a saída da cantora Tarja Turunem do NIGHTWISH teve efeito similar (embora alguns fãs mais xiitas nunca aceitem este fato). E agora, após 11 anos depois de sua saída, ela, com uma carreira solo bem consolidada e com uma grande base de fãs, lança "Luna Park Ride", um duplo CD ao vivo e DVD que a Shinigami Records lançou no Brasil, facilitando o acesso de todos à obra.

Antes de tudo, é bom que os fãs se lembrem que TARJA não é NIGHTWISH, logo, existem diferenças estilísticas. A carreira solo dela é mais eclética musicalmente, com um espectro musical mais amplo, cheio de nuances interessantes. E ao vivo, digamos de passagem, ela faz um trabalho muito bom em todos os momentos, apoiada por uma banda experiente e talentosa. Muito de Rock, Metal, Folk e música sinfônica estão aqui, e algo mais que brilha como um diamante precioso: personalidade diferenciada.

Produzido pela própria Tarja juntamente com Mic, mais a mixagem de Tim Palmer, podemos dizer que a qualidade de áudio beira a perfeição. A de vídeo segue o mesmo caminho, com takes de câmeras muito bons, em um trabalho ótimo da Same-Eyes Oy Productions. E a arte é ótima, transparecendo aquele clima ao vivo necessário aos discos desse tipo.

Óbvio que o material de Tarja é de primeira, especialmente canções como "My Little Phoenix", a linda "The Crying Moon", a grandiosa e maravilhosa "I Walk Alone", a pesada e elegante "Little Lies", e o medley "Where Were You Last Night/Heaven is a Place on Earth/Livin' on a Prayer". Mas temos algumas versões da banda para covers: "Signos" de SODA STEREO, além das esperadas "Stargazers" e "Wishmaster" do NIGHTWISH, todas em ótimas versões, sem deverem nada às originais.

Mas ainda temos materiais de bônus, que se encontram no segundo disco do CD (e na região dos bônus do DVD): músicas tiradas das apresentações no Monsters of Rock da República Tcheca de 2010, do Summer Breeze festival de 2011 (na Alemanha), no Tele-Club em 2014 (Rússia), do Summer Brezze de 2014, além de "Antemroom of Death" no Wacken de 2014, com a participação especial de VAN CANTO.

No fundo, "Luna Park Ride" é uma excelente aquisição para os fãs de TARJA, para os saudosistas do NIGHTWISH da época em que ela lá cantava, e para todo fã de Metal que tenha bom gosto e mente aberta.





Músicas:

Disco 1:

1. Dark Star
2. My Little Phoenix
3. The Crying Moon
4. I Walk Alone
5. Falling Awake
6. Signos (Soda Stereo cover)
7. Little Lies
8. Underneath
9. Stargazers (Nightwish cover)
10. Ciarán's Well
11. In for a Kill
12. Where Were You Last Night / Heaven Is a Place on Earth / Livin' on a Prayer (Medley)
13. Die Alive
14. Until My Last Breath
15. Wishmaster (Nightwish cover)

Disco 2:

1. In for a Kill
2. I Walk Alone
3. Archive of Lost Dreams
4. Crimson Deep
5. I Feel Immortal
6. The Siren (Nightwish cover)
7. Until My Last Breath
8. 500 Letters
9. Damned & Divine
10. Neverlight
11. Anteroom of Death feat. Van Canto
12. Never Enough
13. Die Alive
14. Victim of Ritual


Banda:


Tarja Turunem - Vocais
Julian Barret - Guitarras
Doug Wimbish - Baixo, vocais, backing vocals
Christian Kretchmar - Teclados, backing vocals
Max Lilja - Celo
Mike Terrana - Bateria


Contatos:

DEEP PURPLE - ...To the Rising Sun (In Tokyo) (DVD/Duplo CD ao vivo)


2015
Nacional

Nota: 9,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Uma das maiores tradições do Metal e do Rock é, quando a banda já possui um nome firme dentro do mercado, é a gravação de um álbum ao vivo, quase sempre duplo. E podemos dizer que esta tradição tem um nome bem forte no quinteto inglês DEEP PURPLE, um dos três dinossauros do gênero, um dos pais de tudo que temos nos dias de hoje. Mais uma vez, a banda atravessou o mundo e gravou um disco ao vivo, "...To the Rising Sun (In Tokyo)", que além de duplo em CD, ganhou um DVD. E a Shinigami Records lançou ambos os pacotes no Brasil.

Falar o que do estilo musical do grupo?

Esta mistura elegante do peso e agressividade do Metal e do Rock, mais a elegância do Rock Progressivo, essa música visceral e intensa, que encanta gerações desde o início dos anos 70. E mais uma vez, vemos a banda como um todo fazendo bonito, mostrando que ainda estão muito bem, animados e com sede de palco. Só mesmo Ian Gillan não está lá tão bem ao vivo, mas vamos falar a verdade mais uma vez: o homem já está com 71 anos, e mesmo assim, não lhe falta animação no palco. Roger Glover (baixo) e Steve Morse (guitarras) também mostram uma vontade de tocar ótima, com boa movimentação. Já Ian Paice (bateria) mostra que ainda tem uma pegada pesada única, e Don Airey (teclados) mostra que se encaixou como uma luva. Resultado: um show ótimo, uma performance quase perfeita. E tudo isso no famoso Nippon Budokan, famoso local que recebe shows grandes de Metal por lá. E que é uma casa para o quinteto.

Em termos de produção, vamos definir tudo em uma única frase: é o DEEP PURPLE. Ou seja, perfeição em termos sonoros e visuais, com uma nitidez enorme e, além disso, quando se fala no DVD, é algo quase mágico ver esses cinco caras no palco. E além disso, todo o trabalho gráfico é de primeira, coisa de quem sabe o que faz.

Existem diferenças em relação ao setlist da banda no show do "From the Setting Sun... In Wacken" para "...To the Rising Sun (in Tokyo)", o que é esperado, pois são dois shows diferentes, mas da mesma tour (do "Now What?!").

Mas vamos ser sinceros: como não amar músicas como "Hard Lovin' Man", "Lazy", a maravilhosa "Perfect Strangers", o hino "Space Truckin'", e a famigerada "Smoke on the Water", talvez uma das músicas mais conhecidas do Heavy Metal de todos os tempos? E além disso, ainda temos versões do quinteto para "Green Onions" (de BOOKER T. & THE M. G.'s) em um medley com a já tradicional "Hush" (que é um cover de Billy Joe Royal, mas que já faz parte da cultura de todo "purplemaníaco").

Além disso, os solos individuais de Don e Steve são ótimos, assim como o de Ian no meio de "The Mule", e nada chatos. Mas solos são artifícios que andam caindo no desuso nas novas gerações. E ver a empolgação da platéia em cada canção, a cada vez que Ian se comunica com ela, é inestimável. E o encerramento com "Black Knight" é de encher os olhos de lágrimas.

Só me queixo um pouco da falta de "Knocking at you Backdoor" e "Fireball", mas já temos clássicos demais em um único show.

No mais, podemos dizer que "...To the Rising Sun (in Tokyo)" é uma aula de como ser uma grande banda ao vivo. E devemos nos sentir privilegiados, já que os professores são do mais alto nível.

Ouça ambos (CD e DVD) no mais alto volume possível!






Tracklist:

1. Après Vous
2. Into the Fire
3. Hard Lovin' Man
4. Strange Kind of Woman
5. Vincent Price
6. Contact Lost
7. Uncommon Man
8. The Well-Dressed Guitar (instrumental)
9. The Mule
10. Above and Beyond
11. Lazy
12. Hell to Pay
13. Don Airey's Keyboard Solo (instrumental)
14. Perfect Strangers
15. Space Truckin'
16. Smoke on the Water
17. Green Onions (Booker T. & the M.G.'s cover) / Hush (Billy Joe Royal cover)
18. Black Night


Banda:


Ian Gillan - Vocais
Steve Morse - Guitarras, backing vocals
Roger Glover - Baixo, backing vocals
Don Airey - Teclados, órgão
Ian Paice - Bateria

Contatos:

ENFORCER - Live By Fire (DVD+CD)


2015
Nacional

Nota: 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Vivemos em um tempo em que o moderno e o velho estão convivendo juntos dentro do cenário Heavy Metal. Seria ótimo se esta convivência fosse um pouco mais harmônica, já que alguns preferem sons mais novos, e outros mais antigos, mas o respeito mútuo anda se diluindo. E é uma pena, pois bandas como o quarteto sueco ENFORCER merece ser apreciado por todos sem radicalismos. Ainda mais que a parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast Brasil acaba de disponibilizar a versão nacional de "Live By Fire", pacote DVD+CD ao vivo do grupo.

Podemos dizer que "Live By Fire" coroa o bom momento da banda, que anda crescendo bastante desde que entraram para o cast da Nuclear Blast. E podemos fazer um comparativo, já que o DVD foi gravado em 20/10/2013 em Saitama, Japão, enquanto o CD foi gravado em Atenas, na Grécia, em 24/01/2013. Em ambas, podemos dizer que o ENFORCER vai bem, usando de seu Metal tradicional/Speed Metal à lá anos 80, com poucas diferenças do estúdio. Mesmo porque o quarteto toca algo bem artesanal, buscando ficar distante de recursos sonoros extremamente modernos, com vocais bem agudos (em certos momentos, lembra o estilo de Blackie Lawless), guitarras melodiosas com riffs agressivos e pesados, e solos bem feitos; e base rítmica pesada e simples. Nada que ANVIL, ACCEPT, SAXON e EXCITER e tantos outros já não tenham feito, mas sempre muito bom. Mesmo porque a releitura da banda não é clonada, mas feita com coração, com personalidade.

Em termos de qualidade sonora e visual, tanto o CD quanto o DVD estão ótimos, com tudo em seu devido lugar, instrumentos bem audíveis, takes de câmeras muito bons, tudo na medida certa. Um trabalho ótimo de Olof Wikstrand (que mixou e masterizou o som tanto do CD quanto do DVD), Jonas Wikstrand (que mixou e masterizou o DVD, e as últimas três músicas do CD, que são do EP "Speak the Tongue of Heathen Gods"), e Karl Sparre (edição do DVD). A arte segue o mesmo estilo do que vimos em "Die By Fire" e "From Beyond".

No geral, a banda vai muito bem, só com algumas poucas diferenças nos vocais de Olof (o que todos sabem que é extremamente normal) e durante os duetos de guitarra (também algo normal). E isso mostra que a banda seguiu à risca o manual, já que overdubs parecem inexistir nos discos.

No mais, a banda arrasa em vários momentos, como a rápida "Death Rides This Night", a mais que conhecida "Mesmerized by Fire" (quase um hino da banda), a selvagem "Scream of the Savage" e "Midnight Vice". E com o detalhe da grande participação da audiência (no DVD, é algo esperado. Os japoneses são muito ativos nos shows). E olhando o show no DVD, é incrível ver que o quarteto tem uma postura ao vivo insana, cheia de energia, e os integrantes não ficam muito tempo parados.

Já o CD tem o show mais longo, trazendo mais faixas ao vivo. E é ótimo, pois mesmo em um set mais longo, o ENFORCER faz bonito. E o EP "Speak the Tongue of Heathen Gods" é um bônus de estúdio muito bom, com três faixas, onde se destacam a linda e melodiosa "Speak the Tongue of Heathen Gods", além da versão pessoal da banda para a velha canção do FRIGID BICH, "Tyrants of Our Generation", que ficou muito boa.

A única crítica é que poderiam ter feito este ao vivo após a tour do "From Beyond", último disco de estúdio deles, pois existem músicas ali que mereciam estar nesse disco.

No mais, aproveitem este ótimo lançamento.



Músicas:

Disc 1 (DVD):

1. Bells of Hades
2. Death Rides This Night
3. Mesmerized by Fire
4. Katana
5. On the Loose
6. Scream of the Savage
7. Take Me Out of This Nightmare
8. Silent Hour / The Conjugation
9. Midnight Vice

Disc 2 (CD):

1. Bells of Hades
2. Death Rides This Night
3. Mistress from Hell
4. Mesmerized by Fire
5. Katana
6. Crystal Suite
7. Scream of the Savage
8. Midnight Vice
9. Take Me Out of This Nightmare
10. Take Me to Hell
11. Silent Hour / The Conjugation
12. Satan
13. Black Angel
14. Roll the Dice
15. Evil Attacker

Speak the Tongue of Heathen Gods EP

16. Speak the Tongue of Heathen Gods
17. Stellar Plains
18. Tyrants of Our Generation


Banda:


Olof Wikstrand - Vocais, guitarras
Joseph Tholl - Guitarras
Tobias Lindqvist - Baixo
Jonas Wikstrand - Bateria

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