8 de dez. de 2016

NECROBIOTIC - The Extinction of Faith (Álbum)


2016
Misantropic Records / Cianeto Discos / Rock Club / Jazigo
Nacional

Tracklist:

1. Prelude
2. War and Hate
3. Doença Mental
4. Gehena
5. The Beginning of the End
6. Concentration Camps
7. The Extinction of Faith
8. Religious Dead End
9. Hymn of a Genocide
10. Shame


Banda:


F.A.C.O. - Guitarras, vocais
Humberto Silva - Guitarras
Fabrício Franco - Baixo
Broka - Bateria


Contatos:

Nota:

Originalidade: 8
Composição: 9
Produção: 9

9/10


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O que vem a ser o que se chama Old School Death Metal?

Em que pese o estilo ter nascido nos anos 80, sua maior evidência e criatividade são marcas do início dos anos 90, de bandas como ENTOMBED, DISMEMBER, NAPALM DEATH, MORBID ANGEL, DEICIDE e outros que pegaram as lições do DEATH e outros e levaram a outro nível. Ou seja, falar em Old School Death Metal é referenciar ao período entre o final dos 80 e meados dos 90. E podemos dizer que o quarteto NECROBIOTIC, de Divinópolis (MG) é um autêntico membro da Velha Guarda no Brasil, como atestado pelo terceiro e novo trabalho da banda, o álbum “The Extinction of Faith”.

Em relação aos trabalhos anteriores do grupo, “The Extinction of Faith” é o mais maduro e com maior preocupação estética. Ainda é bruto e explosivo, com toda a agressividade nesses 21 anos de estrada que eles possuem, mas ao mesmo tempo, se percebe que o grupo tem um cuidado enorme com arranjos e sonoridade, pois os timbres sonoros e linhas harmônicas são realmente da Velha Guarda do Death Metal, mas existe algo de diferenciado, algo que permite fazer a transição entre os anos 90 e a atualidade que fazem com que o NECROBIOTIC não soe datado. Não, de forma alguma, a banda realmente soa atual e violenta, disposta a deixar surdos os ouvintes menos acostumados com o estilo. 

Ou seja, a banda soa ríspida, mas com qualidade e certo toque de elegância.

André Cabelo, Flávio Oliveira e Tiago Castro cuidaram da produção sonora do álbum, e como resultado, a qualidade do que ouvimos realmente está ótima. Como dito antes, os timbres respeitam aqueles que conhecemos dos tempos áureos do gênero, mas com uma gravação mais limpa, que de forma alguma fez com que o peso ou agressividade fossem obliterados. Nada disso, é uma fusão entre o antigo som do Death Metal com os benefícios da tecnologia atual.

Em termos artísticos, o esmero é enorme. A arte criada pela Svart Design para capa e encarte é excelente, de alto nível, além de a diagramação estar de primeira.

Óbvio que o grupo evoluiu dentro dos limites daquilo que se propõe a fazer, pois em termos de guitarras, se percebe que algumas melodias surgem nos solos, e alguns toques de técnica aparecem no trabalho de baixo e bateria. E é justamente na parte dos arranjos que o NECROBIOTIC mostra seu poder de fogo, sua diferença na maré de bandas atuais que buscam fazer este tipo de música.

“The Extinction of Faith” é bem homogêneo em termos de composição, mas destacam-se a sinuosa “Prelude” (reparem na técnica de baixo e bateria, que conduzem muito bem o ritmo sólido da música), os andamentos abrasivos e variados de “War and Hate” (os tempos oscilam entre momentos velozes e outros mais cadenciados, mas sempre exibindo um trabalho ótimo das guitarras, especialmente nos solos), a curta e grossa “Doença Mental” (menos de um minute de agressividade rasgada), a violência azeda com alinhavo Thrash de “The Beginning of the End” (que bumbos, e isso sem mencionar a força dos vocais); a agressividade expressiva de “Concentration Camps” e suas mudanças de tempo; a cadenciada, técnica e azeda “The Extinction of Faith” (como é pesada e soturna, com um trabalho arrasador de vocais e guitarras mais uma vez); e a criativa instrumental “Hymn of a Genocide” (aqui se percebe o quanto eles são bons músicos, e que sabem usar disso para se expressarem musicalmente, tanto que usam algumas estruturas harmônicas e melodias não convencionais ao gênero por eles adotado). E como se não fosse muito, ainda fizeram uma versão atualizada para “Shame”, do primeiro disco deles (“Alive and Rotting”, de 2011), que ficou excelente.

O NECROBIOTIC mostra que que é possível ligar passado e presente com música, e que o futuro deles é realmente promissor.

Ótimo disco!


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