1 de nov. de 2016

DARKTOWER - Eight Spears (Álbum)


2016
Nacional


Músicas:

1. Eight Paths - Initiation  
2. Destroy the House of Ha'shem  
3. Burn the Pyre  
4. The Legion Marches On  
5. Nameless Servants of Damnation  
6. On Darkest Wings  
7. Haeretic  
8. Eight Spears  
9. Blood Harvest


Banda:


Flávio Gonçalves – Vocais 
Raphael Casotto – Guitarras
Rafael Morais – Guitarras  
Rodolfo Ferreira – Baixo, Backing vocals, vocais limpos
Jean Secca – Bateria


Contatos:



Nota:

Originalidade: 10
Composição: 10
Produção: 9

10/10


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


E eis que os Espectros de Anne se erguem mais uma vez das profundezas do submundo para assombrar a Terra, e angariar mais e mais seguidores para seu Culto das Sombras e do Caos.

Sim, depois de “...Of Chaos and Ascension”, de 2013, eis que o quinteto carioca DARKTOWER retorna com mais uma jóia de bela perfeição musical, chamade “Eight Spears”, uma coalização de letras profanas e musicalidade de primeira.

Musicalmente, quem conhece o DARKTOWER sabe que eles fazem um mix inteligente e bem equilibrado de Black Metal com outras vertentes extremas, e mesmo alguma influência do Metal tradicional. Mas sendo francos: “Eight Spears” é mais maduro que seu antecessor, fruto de uma banda com o núcleo mais estabilizado, já que desde a entrada do guitarrista R. Casotto, o trabalho deles ganhou uma diversidade melódica e harmônica mais refinada, o que lhes permitiu expandir fronteiras. Ou seja, o estilo da banda só está mais consensual, centrado, mas ainda assim, mais diversificado em termos de musicalidade. 

Ou seja, “Eight Spears” é um disco único, que nasceu grandioso, e assim, apaixonante.

Produzido pelo grupo em parceria com Fernando Campos (que ainda mixou o disco) no AM Estúdio, e masterizado por George Bokos (ex-ROTTING CHRIST, STONE COLD DEAD) no Grindhouse Studio, em Atenas (Grécia), podemos aferir que todos os aspectos sonoros da produção estão no mais alto nível. Claro e limpo, mas ao mesmo tempo agressivo e pesado, o disco está caprichado em cada detalhe.

Em termos gráficos, mesmo usando de poucas variações de cores, o trabalho de Rodolfo Ferreira está ótimo, buscando estar emparelhado com o conteúdo lírico/musical do álbum, complementando o lado musical perfeitamente.

É preciso dizer que “Eight Spears” não é um disco de assimilação simples, já que os muitos detalhes necessitam de tempo para a digestão devida. Mas é como se fosse um desafio, o labirinto de Creta, em que cada arranjo nos desafia, e a cada momento, se descobre algo diferente e complementar. E adicionem a toda esta diversidade as participações de Felipe Eregion do UNEARTHLY nos vocais em “Destroy the House of Há’Shem”, de Guilherme Sevens do PAINSIDE nos vocais em “The Legion Marches On”, de Pedrito Hildebrando do VOCIFERATUS nos vocais em “Eight Spears” e de Rodrigo Garm do PAGAN THRONE nos vocais em “Blood Harvest”. Ainda temos orquestrações feitas por Rômulo Pirozzi, ex-membro da banda. E apesar de R. Casotto ter gravado todas as guitarras, podemos perceber a presença de muitos solos de guitarras e arranjos mais esmerados nesse sentido.

“Eight Spears” nasceu perfeito, um passo adiante no caminho dos Espectros, e podemos destacar as seguintes canções:

“Eight Paths - Initiation” – É um prelúdio sinistro, cheio de orquestrações sombrias e belas partes de guitarras, mas logo todo o arsenal instrumental mostra seus dotes, com uma técnica ótima. E no final, alguns sussurros soturnos surgem.

“Destroy the House of Ha’shem” – É um dos Singles de divulgação do álbum. É uma canção técnica, com muitas mudanças de tempo e rica em detalhes, e com refrão marcante e bem feito. Os vocais estão excelentes em todos os timbres, além de um trabalho ótimo das guitarras. E se preparem, pois é empolgante!

“Burn the Pyre” – Outra em que a técnica instrumental da banda se mostra apurada, cheia de detalhes e arranjos preciosos. Mesmo nos momentos mais brutais e rápidos, a banda mostra uma variação absurda de riffs e tempos. Mas o destaque fica mesmo com baixo e bateria, que estão em grande forma, criando uma base rítmica pesada e bem feita.

“The Legion Marches On” – É quase uma marcha de guerra sombria em formato de Metal extremo, mas com melodias bem evidentes (especialmente nos solos de guitarra), fora ótimas incursões de vocais limpos se entremeando com timbres guturais e rasgados. E mesmo na sua complexidade de arranjos, é extremamente envolvente.

“Nameless Servants of Damnation” – A artilharia da banda aqui fica mais brutal, mais extrema, embora ainda esteja presente o alinhavo melodioso e partes mais soturnas. E mais uma vez, os riffs entram nos ouvidos e não saem mais. E acreditem: a versatilidade da banda fica bem evidente nessa canção.

“On Darkest Wings” – Mais uma vez, a banda consegue mixar melodias sinistras, levadas com jeitão de Thrash Metal e agressividade ríspida sem dó dos sentimentos mais puritanos de alguns. E que guitarras insanas!

“Haeretic” – Muitos riffs e diversidade de arranjos, tempos que se alternam, mas sente-se uma forte carga de melancolia sinistra em alguns momentos. É cheia de melodias sinistram que aderem aos nossos ouvidos com facilidade. E sim, existe aquela velha atmosfera fúnebre e sinistra.

“Eight Spears” – Aqui, a banda cede um pouco no quesito melodia para ganhar mais brutalidade, sem abrir mão de momentos climáticos. E é interessante ouvir com cuidado o trabalho de baixo e bateria, que está excelente.

“Blood Harvest” – Fechando o disco, vem uma faixa em que a brutalidade é um pouco mais tradicional, mais próxima aos trabalhos iniciais do grupo. Mas a elaboração musical continua em alta, reparem bem como o quinteto preenche cada espaço com arranjos musicais fantásticos.

Se você é fã de Metal extremo, ou mesmo fã de Metal, seja qual for a subdivisão da qual gostar, “Eight Spears” foi feito para você. Logo, ouça, adquira sua cópia e se permita mergulhar nesse universo caótico, mas de excelente bom gosto, que o DARKTOWER nos oferece.

See the Rise...

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

Comentário(s):