16 de mai. de 2016

UNNATURE - Synthetic Nature (álbum)


2016
Independente
Nacional

Nota: 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Existem muitos trabalhos independentes aparecendo no Brasil por estes tempos. Se por um lado é ruim devido à overdose (pois é quase impossível dar atenção a todos nesse ritmo intenso), é sinal que as cenas locais por todo país andam efervescentes. E o Rio de Janeiro, que desde os anos 80 se mostra um berço de ótimos e promissores nomes, revela o UNNATURE, um quinteto de primeira que estréia com "Synthetic Nature", seu primeiro disco.

Para que este disco chegasse aos nossos ouvidos, foi necessário muito sangue, suor e lágrimas. Mas diretamente proporcional a isso é a inquestionável qualidade do trabalho deles, que consegue fundir o belo e o agressivo, o suave ao peso, e sempre mantendo a força moderna que os impulsiona. Definir o trabalho deles é difícil, mas podemos dizer que é uma banda de Metal moderna, cheia de belos arranjos musicais, um vocal feminino poderoso (que consegue soar agressivo e melodioso nas medidas certas), um dueto de guitarras de peso (mas que possui ótimas melodias), e uma base rítmica pesada e intensa, mas com uma boa técnica. E a fusão de tantos elementos é de deixar um sorriso no rosto de qualquer fã de Metal que se preze.

Unnature
A produção sonora ficou em um nível muito bom, sabendo unir peso, melodia e clareza sem deixar a banda soando artificial. Além disso, com a clareza, podemos perceber que a banda inteira possui uma boa técnica, alem de ter escolhido bons timbres para cada instrumento.

A capa é mais um belo trabalho de Carlos Fides, que soube deixar claro o sentido da música e letras do quinteto.

Óbvio que o UNNATURE ainda irá amadurecer mais e mais com o tempo, mas já está em um nível muito satisfatório. Buscando o ecleticismo musical (em termos de Metal) como fonte de inspiração, a banda mostra que sabe o que está fazendo, e o que quer de sua música. Os arranjos são ótimos, a dinâmica entre os instrumentos musicais e vocais ficou ótima, soando espontâneo o tempo todo, nada forçado ou excessivo.

Uma pegada extrema abre "The End is Here", que logo ganha alguns contornos mais progressivos, graças ao belo trabalho de baixo e bateria (que soube guiar bem os andamentos variados do quinteto); em "Shades of Hate", algo que mistura o Power melódico e o extremo surge de forma harmoniosa, além dos vocais estarem muito bem; em "Aesthetics of Arrogance", técnica e modernidade dão a tônica da canção, novamente com riffs abrasivos se mesclando muito bem com vocais fortes e boa mudanças de ritmo; "HMFH (Here's My Hell)" tem uns toques mais grooveados fortes, mostrando que o baixista sabe muito bem o que faz, mas incrível a força e técnica da bateria; um pouco mais comportada e focando no lado voltado ao Metal melódico é "So Close" (mas cuidado: baixo e bateria, vez por outra, puxam levadas bem extremas); velocidade e um jeito que mixa o Metal melódico, mais algumas doses extremas (graças a uns urros bem pontuais) e toques de Prog Metal formam a base do que é "Hellucination" (acreditem, apesar de tantos elementos, é uma canção sólida e bem feita); já em "Miles Away", a transição entre as melodias do Prog Metal, mais alguns momentos modernos recheados de boas guitarras e outra exibição muito boa do vocais nos envolvem completamente; meio caótica e meio simples é "Death's Commander", onde as guitarras estão em ótima forma (reparem como os riffs são sinuosos e bem feitos); e fecham com "Death Machine" mixa peso e agressividade com momentos bem técnicos, exigindo bastante dos vocais (por conta de belas variações de timbres) e da base rítmica, mas reparem que duelos ótimos de solos das guitarras.

O UNNATURE vem como uma excelente revelação do cenário carioca, e pela cara e coragem que apresentam em "Synthetic Nature", merecem aplausos.

Ah, sim: "Synthetic Nature" pode ser ouvido em seu formato digital nos seguintes links:

Google Play: https://goo.gl/xtLd4a
iHeart Radio: http://goo.gl/tC3f2

Recomendo de olhos fechados, sem medo de ser feliz!





Músicas:

01. The End is Here
02. Shades of Hate
03. Aesthetics of Arrogance
04. HMFH (Here's My Hell)
05. So Close
06. Hellucination
07. Miles Away
08. Death's Commander
09. Death Machine


Banda:

Carina Pontes (Nina) - Vocais
Rafael Luís - Guitarras
Ricardo Mariani - Guitarras, backing vocals
Thiago Amorim - Baixo
Renato Larsen - Bateria


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