23 de mar. de 2016

FLESHGOD APOCALYPSE - King (álbum)


2016
Shinigami Records
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Há tempos, uma das frases mais comuns é que o Metal anda estagnado, ou seja, poucas bandas estão surgindo com algo diferente, ou que o público é culpado de algo. Na visão deste autor, é algo leviano demais ficar agredindo o público e o cenário sem sequer apontar uma ou várias soluções para os problemas em que estamos imersos. Mas o que podemos ter certeza é: o Metal anda muito bem de bandas, obrigado, com muitas delas sendo extremamente criativas. De repente, aos críticos azedos falta conhecer o que algumas bandas mais novas andam fazendo. Uma dica: ouçam o novo dos italianos do FLESHGOD APOCALYPSE, "King", aproveitando que a Shinigami Records colocou no mercado nacional.

O que verão aqui é uma mistura de Metal extremo com orquestrações grandiosas, elementos de música clássica se misturando com Death Metal, vocais guturais e limpos contrastando (e algumas vezes com belos vocais sopranos), tempos mudando, uma riqueza de arranjos fora do normal. Óbvio que as pessoas irão querer visualizar algo que já feito no trabalho deles, é inevitável esta reação, mas garanto: a atenção tornará a busca por isso bem frustrante. O FLESHGOD APOCALYPSE é uma nova concepção musical, algo diferente, uma visão criativa do Metal extremo e que se nega a ser rotulada tão simplesmente. E mesmo assim, soa pesada, consensual e saborosa.

Jens Bogren fez a mixagem e masterização de "King", e o resultado não poderia ser outro: o caos criativo do FLESHGOD APOCALIPSE ganhou uma sonoridade grandiosa, limpa e pesada, de forma que tudo o que o grupo pôde imaginar do disco se tornasse real. E, além disso, a arte de Eliran Kantor é grandiosa, bela e quase que uma pintura clássica.

Falar sobre a riqueza instrumental ou de arranjos do disco é chover no molhado. O grupo realmente ousar ir onde nenhuma banda ainda ousou, e para dar um tiro de misericórdia nas queixas, ainda temos a presença de Veronica Bordacchini, nos agraciando com sua voz em soprano em "Cold as Perfection", "Paramour (Die Leidenschaft bringt Leiden)" e "Syphilis". Não dá para não se emocionar.

Não tem como destacar esta ou aquela canção em "King". É algo que não é possível, pois de ponta a ponta, do início ao fim, do Alfa ao ômega, o disco já nasceu grandioso.

Apenas por preciosismo, a linda e grandiosa "In Aeternum" (com uma gama enorme de mudanças rítmicas e orquestrações perfeitas, com um belo trabalho dos vocais, onde a contraposição de vozes limpas e guturais em alguns momentos é fenomenal), a complexa e recheada de pianos excelentes "The Fool" (que guitarras! E solos muito bons, com certo toque de virtuosismo), a mais climática e sombria "Cold as Perfection" (com certo toque de melancolia em meio aos ótimos arranjos de baixo e bateria, além do lindo vocal soprano que aparece vez por outra), a incrível "And the Vultures Beholds" (onde mais uma vez o vocal soprano dá uma elegância a mais ao caos brutal do grupo, e repleta de orquestrações grandiosas e a vocais normais melodiosos perfeitos), e a esmagadora de ossos "A Million Deaths".

Óbvio que o FLESHGOD APOCALYPSE ainda pode conquistar mais e mais, mas verdade seja dita: se os detratores da criatividade não calarem a boca depois de ouvirem "King", já explícita a idéia fixa e doentia.

Um dos grandes plays do ano!

Ouçam e se deixem emergir nesse caos de ótimo gosto!








Músicas:

1. Marche Royale (instrumental)
2. In Aeternum
3. Healing Through War
4. The Fool
5. Cold as Perfection
6. Mitra
7. Paramour (Die Leidenschaft bringt Leiden)
8. And the Vulture Beholds
9. Gravity
10. A Million Deaths
11. Syphilis
12. King (instrumental)


Banda:


Tommaso Riccardi - Vocais, guitarras
Cristiano Trionfera - Guitarras, backing vocals, orquestrações
Francesco Ferrini - Piano, orquestrações
Paolo Rossi - Baixo, vocais limpos
Francesco Paoli - Bateria, guitarras, backing vocals

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