7 de fev. de 2015

Spartacus – Imperium Legis (CD)

Independente
Nota 10,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia





De uns três ou quatro anos para cá, é incrível ver a quantidade de bandas que andam buscando fazer trabalhos de Metal em português. Alguns são apenas oportunistas, buscando fugir das dificuldades do idioma bretão, mas muitos o fazem pela atitude, especialmente quando lidamos com bandas mais antigas do Brasil. E é esse justamente o caso do quarteto de Porto Alegre (RS) SPARTACUS, que nos chega com seu segundo disco, o ótimo e precioso “Imperium Legis”.

Antes de tudo, estamos lidando com uma banda clássica da cena gaúcha, com 30 anos recém completados de experiência e muita luta, chegando a gravar na histórica coletânea “Rock Garagem II” de 1985 (entraram com a faixa “Sem Cessar”), mas que devido aos problemas comuns de se fazer Metal no Brasil, só puderam lançar seu debut, “Libertae”, em 2004, e agora, 11 anos depois, eles voltam. Mantendo os pés fincados no Hard’n’Heavy Metal tradicional melodioso que tem todos os trejeitos da NWOBHM e de alguns elementos dos 70, mais alguns inserts do Power/Speed Metal (nada muito explícito), eles mostram como excelentes grupos são injustiçados na cena.

Ótimos vocais, com boa dicção e melodia, guitarras excelentes com riffs certeiros e solos inspirados, baixo e bateria em uma cozinha rítmica sólida e pesada. Fundido isso, não tem erro: uma música maravilhosa e emocionante o tempo todo, com ótimos refrões, que prima pela unidade e não pelo exibicionismo técnico vazio.

Sebastian Carsin mostrou-se uma boa escolha para mexer na mesa de som, pois a sonoridade do grupo soa forte, pesada e limpa. E embora a aura da NWOBHM esteja presente, a sonoridade não soa datada de forma alguma.

Spartacus
O grupo capricha em seus arranjos e na escolha dos timbres, mantendo aquela mentalidade de equilíbrio entre melodia, peso e agressividade, fora uma dinâmica instrumental perfeita. E em “Velho Rei”, “Sob a Sentença, Um Carrasco” e “Prisioneiro do Alvorecer”, ainda temos a participação de Vitor Petroscki nos arranjos orquestrais, piano e teclados, adicionando um toque de classe ao trabalho do grupo.

Chega a ser pecaminoso destacar faixas em um disco tão bom e homogêneo, mas a melodiosa e cativante “Encontro das Almas” (que belíssimo trabalho de baixo e bateria), a ganchuda “Na Rota de Colisão” (ótimos riffs melodiosos), a pesada e icônica “Não Morra o Sentimento” (vocais ótimos, variando muito bem seus timbres), a mais sombria “Nas Trevas da Insanidade” (com um andamento em meio tempo, e novamente baixo e bateria mostram peso absurdo), a Hard’n’Heavy’n’Roll “Velho Rei”, a linda e totalmente anos 80 “Sob a Sentença, Um Carrasco” (aprendam como se faz certo a coisa com o SPARTACUS, que fez parte da época. Não aceitem imitações), e a linda “Prisioneiro do Alvorecer” (começa como uma belíssima balada, bem feita e com melodias, mas depois ganha peso e agressividade sem perder a elegância). E com o detalhe é que cada uma das 11 faixas pode ser tocada ao vivo sem perda de nada do que ouvimos aqui.

Um belo trabalho, honesto e feito com o coração, logo, merece aplausos demorados.


Músicas:

1. Encontro de Almas
2. Na Rota da Colisão 
3. Não Morra o Sentimento 
4. Império da Lei 
5. Nas Trevas da Insanidade 
6. Noite Sem Lua 
7. Nas Leis do Infinito 
8. Velho Rei 
9. Sob a Sentença, Um Carrasco 
10. Fruto da Criação
11. Prisioneiro do Alvorecer


Banda:

Marco Canto – Vocais 
Victor Petroscki – Guitarras 
Marco Di Martino – Baixo 
Guilherme Oliveira – Bateria 


Contatos:

Myspace
Wargods Press (Assessoria de Imprensa)
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