10 de fev. de 2015

Enarmonika – Duality (EP)

Independente
Nota 9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia




Fazer Symphonic Metal no Brasil nunca é algo muito simples. Primeiro, sabemos que a predominância do gênero já se foi; segundo, exige que o grupo tenha ótimos músicos; e terceiro, muita vontade, daquela que é inquebrável diante de todas as dificuldades em que a cena metálica é predominantemente voltada a estilos mais extremos. Mas ao mesmo tempo, é prazeroso demais dar de cara com um trabalho tão bom como o do quinteto ENARMONIKA, pois o EP “Duality” é uma mostra fenomenal de como a banda pode render.

Antes de tudo, este grupo vindo de Florianópolis (SC), é bem ousado, arriscando o uso de violinos e violoncelos como uma constante em meio à guitarras distorcidas e com timbres bem gordurosos, baixo e bateria em uma base rítmica bem pesada, e vocalizações femininas vigorosas (que usam bastante de timbres mais normais, nada de vozes operísticas constantes em nossos ouvidos) contrastando com alguns vocais masculinos normais e outros mais extremos, fora a inserção de partes orquestrais em suas músicas, adaptadas para baixo e guitarras. Sim, o grupo procura ter uma identidade bem deles, e acabam mostrando que vão chegar lá.

A qualidade sonora do EP é caprichada, verdade seja dita, sem deixar de dar peso nos momentos em que a banda necessita. Mas é incrível como está clara a ponto de se reconhecer violino e violoncelo separadamente de guitarras e baixo. E isso em um disco independente! É incrível ver o nível que atingiram aqui.

Enarmonika
Belos arranjos, dinâmica instrumental que beira a perfeição, e tudo muito bem organizado e sem exageros técnicos. Não, o trabalho do ENARMONIKA se baseia no conjunto como um todo.

“Flesh” abre o EP, introduzida por violinos, mas ganhando o peso dos riffs da guitarra e da base rítmica, mas se mostra uma canção multifacetada, cheia de muitas nuances operísticas lindas, com vocais se alternando em momentos preciosos. Em “Palavras ao Vento”, vemos a banda pegar mais pesado, graças à um trabalho irrepreensível da base rítmica, mas os inserts operísticos/clássicos fazem a diferença, com momentos mais suaves belíssimos, onde violinos, violoncelo e vocais operísticos mostram o quanto podem ser seminais para o gênero. A pesada e intensa “Beauty in Black” tem um jeitão quase de Metal tradicional, com riffs e baixo fazendo um trabalho ótimo. Fechando, temos “Schnell”, outra bela canção, aliando momentos pesados e etéreos muito bem, onde surgem belos acordes de guitarras limpas, sendo a base perfeita para os lindos vocais femininos. Até mesmo castanholas estão presentes, sem destoar o clima pesado da música.

O ENARMONIKA mostra que tem potencial para mudar as regras do jogo dentro do Symphonic Metal, justamente por não aceitar ser um clones de grandes nomes já consagrados. Não, este quinteto vai ganhar calos, experiência e ser grande, pois potencial para ir longe, ele possui, e muito.



Músicas:

01. Flesh
02. Palavras ao Vento
03. Beauty in Black
04. Schnell


Banda:


Carla Domingues – Vocais, baixo
Vitor Sabag – Guitarras 
Iva Giracca – Violino 
Daniel Galvão – Violoncelo, vocais
Gabriel Porto – Bateria 


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