3 de jun. de 2014

MMS em favor da criação – Entrevista com o TELLUS TERROR



Por Marcos “Big Daddy” Garcia

E enfim, o Terror não está mais chegando, mas está entre nós, disseminando caos e destruindo barreiras na marra e na base da música bem feita, pois falar no nome do TELLUS TERROR é algo que ainda causará espanto em muitos.

Fruto de uma fusão de músicos experientes, e quebrando barreiras e limites, o grupo se destaca com seu primeiro álbum, “Ez Life DV8”. A proposta sonora do grupo é não ter limites, e apesar de ter um escopo brutal, a banda não se furta de usar muitas influências sonoras que nem sempre estão apenas no Metal, ainda mais reunindo no time de produção pessoas como Fernando Campos gravando tudo no Brasil, mais as mãos de Fredrik Nordström e Henrik Udd (mixagem e masterização), Pat Boomer (“click corrections”), e a arte de Seth Siron Anton.

E aproveitando o bom momento em que “Ez Life Dv8” está quase sendo lançado, fomos nós bater um papo com a banda, na figura do vocalista Felipe Borges.


Big Daddy: Antes de tudo, queremos agradecer demais por me receber para esta entrevista. Começando, como surgiu a ideia do TELLUS TERROR para vocês, e como foram se aglutinando? Sabemos que tem gente na banda que já tocou no Impacto Profano, Infernal Blasphemy, Litania, Verhaast, Engines of Torture... E como surgiu essa ideia de sair derrubando limites?

Felipe Borges: Sempre acreditei que o mais difícil de se ter em uma banda, é conseguir as pessoas certas para nela estarem. Posso dizer hoje sem medo que o TELLUS TERROR conta com os músicos certos para a banda funcionar. As bandas que já tocamos serviram como base para aprendermos muita coisa, e com isso, sentimos que temos uma experiencia inicial para tentar fazer a coisa certa agora.


Felipe Borges
BD: Uma pergunta que pode parecer até meio sem sentido, mas vocês lançam mão de um conceito novo, que é o “MMS”, ou “Mixed Metal Styles”. Poderiam nos explicar o que ele significa, e esclarecer um pouco mais? Sim, pois sempre que se lida com algo novo, muitos tendem, em meio à confusão, em trocar as ideias e distorcê-las...

Felipe: O M.M.S. (Mixed Metal Styles), é a forma como achamos para tentar explicar ao público, tudo aquilo que fazemos com a nossa música. Sei que pode assustar de cara, ou até mesmo fazer com que muita gente não goste disso, mas espero que com a audição de nossa música, de nossa tendência lírica, eles possam mergulhar um pouco mais no mundo do TELLUS TERROR, e abraçar o novo, sem esquecer do bom e velho Metal, que nós também tanto amamos e idolatramos.


BD: Bem, já que vocês possuem um leque bem amplo de influências, lá vem aquela pergunta clichê: quais as bandas que seriam as inspirações de vocês? E a mais importante: o que significa TELLUS TERROR, como chegaram à ideia, e onde ela se encaixa no contexto musical/lírico que criaram?

Felipe: Toda a banda, assim como eu mesmo, temos as mais diversas influencias. Nós escutamos desde Depeche Mode até Houwitser, de Sonic Youth até Marduk, de Smashing Pumpkins até Amon Amarth, de Black Sabbath até Morbid Angel e por aí vai. Todos nós crescemos única e exclusivamente escutando Rock And Roll e Metal. Nós procuramos sempre estar juntos fazendo churrascos, festas etc... fora dos estúdios, então é muito comum você vir a uma confraternização da TELLUS TERROR, e escutar The Offspring, New Order, The Doors, Slipknot, Soundgarden e de repente entrar um cd do Behemoth ou do Napalm Death ou Haemorrhage rsrsrsrsrs... AMAMOS TUDO que crescemos escutando, e nos sentimos sortudos de nunca termos escutado algo fora de Rock and Roll e Metal. 

Álvaro Faria
"Tellus Terror" significa "Terror do Planeta Terra" (Tellus é planeta Terra em Latim). Eu tive esta idéia pelos seguintes motivos:

1 – É um nome de fácil dicção a nível mundial;
2 – É um nome que me deixa livre para escrever sobre coisas reais, e que são comuns a TODOS sem exceção, pelo simples fato de morarmos no Planeta Terra;
3 – Me permite falar de Criação e Destruição, Amor e Ódio, Felicidade e Tristeza, Vida e Morte, Sofrimento e Felicidade etc... em suas formas mais extremas.

Com isso este título se encaixa perfeitamente para que possamos falar de Você, de Nós e de Todos que habitam o nosso planeta.


BD: Um dos aspectos mais interessantes de “Ez Life DV8” é justamente o aspecto lírico, uma vez que de “Stardust” até “Error”, é basicamente contada a forma de evolução da vida, desde o surgimento do universo no Big Bang, passando pela formação do Planeta Terra, o caos em que vivemos, e por fim, a aniquilação do homem pelas máquinas. Parece algo um pouco pessimista, mas a mensagem pode ser outra, logo, poderiam nos explicar qual a mensagem que desejam passar com as letras?

Felipe: Na verdade é uma passagem pela criação do planeta como conhecemos ("Stardust"), passando pela formação dos planetas e suas formas geográficas ("Terraformer"), sobre como nossa casa foi posicionada em nossa galáxia, e como isso seria uma possível referencia para outros seres nos localizarem ("3rd Rock From The Sun"), passando por uma visão sangrenta de como a raça humana consegue se fazer de sua própria existência um motivo para conflitos ("Bloody Vision"), dando uma pausa para retratar um fenômeno natural maravilhoso onde a luz e a escuridão tem sua vez/força por igual ("Equinox"), retomando a história da raça humana e suas maiores guerras e conflitos, com base em fatos reais da primeira e segunda guerras mundiais, também retratando como seria uma possível terceira guerra mundial, dado os fatos dos exércitos estarem fazendo experimentos para controlar as enchentes, furacões, tempestades etc... e a manipulação das armas nucleares ("Civil Carnage"), passando por uma reflexão com base de que o verdadeiro inferno, é a casa onde vivemos, nosso planeta, retratando que o inferno se espalha internacionalmente, e que nascimento após nascimento, sempre nos veremos no inferno ("I.C.U. In Hell, International Chaos United"), passando depois pela melancólica e depressiva e fantasiosa idéia de estarmos a beira da extinção de nossa vida/espécie, refletindo o que poderíamos ter feito para desenvolver nossos cérebros tecnologicamente para podermos achar uma solução de como migrar para outro planeta ou fazer com que salvemos o nosso, através de uma estória de um homem que vê sua esposa na beira da morte, e enxerga somente o vazio nos olhos dela ("Brain Technology Part 1 – This Is Where It Starts..."), passando então pela idéia, sobre o que nos faz refletir como poderia ser o fim dos tempos de fato ("Endtime Panorama"), e por fim, a conclusão que hoje em dia, tudo que possamos fantasiar e concluir sobre como seria o fim de nossas vidas, não passa de um erro, pois em meio a este turbilhão de teorias, nada é concreto ("Error").


Wederson Félix
BD: Agora é a famosa pergunta quente: vocês gravaram tudo sob a tutela do Fernando Campos do AM estúdio, mas a mixagem e masterização são de Fredrik Nordström e Henrik Udd, mais as correções do Pat Boomer, e a arte de Seth Siro Anton. Como foi que chegaram até eles, como foram os contatos, trabalhar com eles, e tudo mais? Parece-me que vocês têm muita estória para contar nesse aspecto...
Felipe: O Fernando Campos foi peça fundamental para alcançarmos este trabalho. Ele nos ensinou muita coisa, e nos orientou em tudo que ele poderia ter somado, para nós é como se ele fosse da banda também. As baterias foram gravadas no estúdio VISOM, com a supervisão do Fernando Campos, e o restante do CD foi gravado no estúdio AM, do próprio Fernando. A escolha do Fredrik Nordström deve-se ao fato de o TELLUS TERROR ter uma vontade de buscar o melhor para os fãs e para as pessoas que não são fãs, gostando ou não, sempre iremos buscar o melhor para vocês! Já o Pat Power, ele mesmo se interessou em trabalhar conosco, quando conheceu e viu o que estávamos fazendo, e o Fredrik me escreveu dizendo que o Pat se voluntariou para trabalhar em nosso CD, fazendo os "click corrections" da bateria. Já o Seth Siro, nós o escolhemos para não por qualidade somente no som, mas tambem na imagem do disco e da banda, uma vez que ele também fez nosso logo e nosso brasão. O contato com eles, eu fiz por telefone e e-mails, e todos eles se empolgaram com a proposta do TELLUS TERROR, e acabamos nos unindo neste trabalho.


BD: Ainda sobre Seth Siro, como foi que ele chegou a essa arte, e qual a ideia que vemos na capa de “Ez Life DV8”?

Felipe: Excelente pergunta, porém não temos uma excelente resposta para ela, rsrsrsrsrs... Sério, nós acreditamos tanto na capacidade deste artista, que demos a ele 100% de liberdade de interpretar nossa música. Passei para ele TODAS as nossas letras e o resultado é o que vocês já conhecem... que em nossa opinião está FANTÁSTICO! Para saber sobre a idéia da capa, da interpretação deste renomado artista (Seth Siro), as pessoas tem que ler todas as nossas letras, e por isso estamos lançando alguns Lyric Videos, para aumentar o interesse das pessoas em ler a letra das músicas.


Arthur Chebec
BD: Ainda falando de “Ez Life DV8”, o CD parece ter sido composto de forma bem lenta, algo com muito esmero, com cada detalhe sendo encaixado com vagar e calma. Foi assim mesmo, ou foi aquele famoso “rush” de ideias? Além disso, quanto cada membro contribuiu em termos de ideias?

Felipe: Nós ficamos 1 ano apenas ensaiando e compondo. Não fizemos nenhum show, para não tirar tempo para compor. Já chegamos a ficar 8 horas socados dentro de estúdio fazendo música e tendo idéias. Sem dúvida, cada pequeno detalhe foi levado em conta. Demos nosso melhor, demos nosso sangue, demos nossas almas nesse disco, que na verdade nós não fizemos para nós, fizemos para as pessoas. Toda a banda contribui ao extremo para o disco, e o resultado esta aí.


BD: O trabalho do TELLUS TERROR é bem diferente e inovador, longe de tudo que ouvimos nos últimos tempos em termos de Metal. Assim como o DYNAHEAD, vocês não se restringem a limites. Mas ao mesmo tempo, isso dificulta demais a adesão das pessoas ao trabalho de vocês. Como pretendem encarar essa dificuldade agora?

Felipe: De peitos abertos. TELLUS TERROR foi criada para abraçar a dificuldade e transformá-la em novidade. Não temos medo nem receio de rejeições, pois sabemos que nossa música é feita com garra, suor e sangue, exclusivamente para as pessoas. Se elas não gostam, pelo menos que saibam que isso tudo também foi feito dedicado para elas.


BD: E já que falamos na aceitação do público, já está na hora de falar em shows. Já existe na mente de vocês alguma ideia de quando será o show, e onde?

Ramon Montenegro
Felipe: Estamos prontos para shows. Ainda não temos nada marcado. Sabemos que a hora de tocar ao vivo está chegando, e estamos ANSIOSOS por isso! Porém temos que distribuir nosso material e divulgar bastante até o lançamento, para cairmos na estrada.


BD: Esta é realmente uma pergunta chata: soube que o baterista Rafael Lobato não se encontra mais na banda. A pergunta é: já existe alguém para ocupar a vaga? Se não, o espaço está aberto para a divulgação!

Felipe: Isso esta correto. Rafael Lobato não faz mais parte do quadro de músicos do TELLUS TERROR. Toda a banda agradece imensamente pelo tempo que ele esteve conosco, e torcemos pelo melhor para ele. Para fazermos shows ao vivo, nós temos bateristas que já tocam nossas músicas. Nós temos um belo plano na manga para o baterista definitivo da banda. Assim que tiver no tempo certo, iremos divulgar.


BD: Ainda sobre a questão de inovação, como vocês enxergam a cena Metal de nosso país no atual momento? O que falta para a coisa engrenar de vez?  E quais as bandas que vocês, do TELLUS TERROR, ouvem mais de nossa cena?

Felipe: A cena Metal atual na minha opinião, precisa de UNIÃO. Precisa de produtores que PAGUEM pelos shows das bandas, que valorizem cada gota de suor que todas estas bandas fantásticas deixam pingar nos palcos. Precisamos de casas de shows com boa estrutura de equipamentos, camarins, iluminação etc..., precisamos de público que VÁ aos shows, que COMPREM CDs, que valorizem a todas estas pessoas que passam dias na semana ensaiando para mostrar um bom som. Nossa vida é FODA!! Só faz isso quem AMA PRA CARALHO esta porra!! E o TELLUS TERROR não é diferente disso.

Eu sou fã de qualquer banda que trabalhe arduamente pelo seu som e ideal. Posso citar: Gutted Souls, Lacerated And Carbonized, Castifas, Chaotic System, Regorge, Unearthly, Nervochaos, Torture Squad, Korzus, Oligarquia, Impacto Profano, Hellarise, Monstraktor, Underfection, Varjoissa Valtakunta, entre mil outras que compõem uma extensa lista.


BD: Vocês há um tempinho fazem parte do “roster” da Metal Media Management. E aí, como se sentem estando com eles? Podemos dizer que a união TELLUS TERROR e Metal Media Management é um casamento perfeito? E sem piadinhas sobre isso, pois as senhoras de vocês vão ler esta entrevista (RISOS).

Felipe: Eu posso afirmar que é MAIS QUE PERFEITO!!! Rodrigo Balan e Débora Brandão são o casal mais foda que a cena Metal poderia ter!!!! Toda a banda é MEGA FÃ do trabalho deles, e hoje o TELLUS TERROR tem muita visibilidade graças a eles!!! METAL MEDIA, AMAMOS VOCÊS PORRA!!! rsrsrsrsrsrsrs...


BD: Voltando ao CD, já existem selos disponíveis, aqui ou lá fora, que estejam interessados em pôr “Ez Life DV8” nas prateleiras? Se não, está aberta a temporada de caça ao TELLUS TERROR! (Risos)

Felipe: Nós estamos iniciando com tudo independentemente. A princípio, nosso CD será vendido nas principais lojas virtuais, como livraria Cultura, Amazon etc... e também via CD Baby para distribuição mundial, OI CLARO TIM VIVO tunes, Apple iTunes, Amazon MP3, Last.fm, Napster, Spotify, Phapsody, Fnac, Last FM, MSN Music BR, Yahoo Music BR, Transamérica, Samsung Music Store, Oi Radio, Coonex MP3, entre vários outros. Estamos fechando agora com selos apenas para distribuição no Brasil e fora do Brasil. Em breve, anunciaremos.


BD: Bem, estamos chegando ao final, agradeço muito pelo tempo, paciência e cervejas (risos), e o espaço é de vocês para suas considerações finais e mensagem aos nossos leitores.

Felipe: É com muito orgulho que em nome do TELLUS TERROR, agradeço por todo o tempo de vocês por lerem nossas notícias, ouvirem nossas músicas... Podem ter certeza, é tudo 100% dedicado a todos vocês! Um puta abraço e nos vemos nos shows!








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