31 de mar. de 2014

Climatic Terra - Entity (CD)

Independente
Nota 9,0/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


O headbanger brasileiro, em geral, não tem a menor consciência de que ele é um Sul-Americano, e como tal, possui países irmãos próximos. E em termos de Metal, o desconhecimento é gritante, pois tirando nomes de peso como o RATA BLANCA, pouco se conhece de nossos hermanos del Metal. E justamente da Argentina, vem um torpedo destruidor de pescoços, o CLIMATIC TERRA, um quinteto raçudo que acaba de lançar seu segundo álbum, "Entity".

O grupo faz um misto de Thrash com aspectos do Death Metal, mas a diferença da grande maioria dos conhecidos é que nossos hermanos aqui tem claras influências de bandas como PANTERA, SLAYER e MACHINE HEAD, logo, a sonoridade é bem abrasiva, pulsando com energia e agressividade em timbres sonoros bem gordurosos, cheio de melodias bem feitas, mas com uma brutalidade opressiva extrema. Vocais urrados que se assentam muito bem nas canções (há uma preocupação com a dicção e métrica lírica sensível), uma dupla de guitarras arrasadora (riffs extremante bem feitos e solos de guitarra construídos com esmero e melodias), a base rítmica da banda (baixo e bateria) é absurda, aliando peso e técnica absurdos (existem quebradas e conduções bem trabalhadas em suas músicas). Resultado: torcicolos certos!

Em termos de produção sonora, é bem audível que o grupo se preocupou bastante com o aspecto técnico da coisa, já que buscou aliar clareza sonora em bom nível com timbres distorcidos bem pensados, sabendo soar limpo e pesado nas mesmas medidas, não devendo (em termos de qualidade sonora) nada a trabalhos feitos no eixo EUA-Europa.

Quando se fala em qualidade musical do quinteto, é algo prazeroso: nossos hermanos realmente souberam compor suas músicas, fazendo um trabalho esmerado, com o acabamento bem cuidado. E isso se distribui bem nas 11 faixas do disco, algumas mais rápidas, outras mais cadenciadas e abrasivas.

Melhores momentos do CD: a explosão de brutalidade e técnica "Indignation" (os riffs são algo absurdo de tão agressivos e bem construídos), "An Unforgiving God" (um pouco mais cadenciada, com um andamento bem agressivo e ótimo trabalho dos vocais), "Traffic" e suas melodias envolventes (em meio a um andamento bem ganchudo e com toques mais modernos), a ríspida "What Could Have Been", a destruidora de tímpanos não acostumados "The Socialist" (música do vídeo de divulgação. E como essa base rítmica sabe ser sólida, pesada e técnica! Parece uma usina de força de tanta energia), a surpreendente "We Are Not Dead", e a faixa-bônus "End of Darkness", que tem uma ótima pegada Thrasher e um clima um pouco mais ameno que as anteriores.

Fantástico, e ainda bem que nossos hermanos estão começando a mostrar as garras em terras brasileiras. E sejam muito bem vindos!



Tracklist:

01. Indignation
02. An Unforgiving God
03. Traffic 
04. To Be Heard
05. What Could Have Been
06. My Sanity  
07. The Socialist
08. Blood Walkway
09. We Are Not Dead
10. No Forgiveness
11. End of Darkness


Banda:

James Wright - Vocais
Ezequiel Catalano - Guitarras
Federico Rodriguez - Guitarras
Leonardo Báez - Baixo
Hernan Martiarena - Bateria


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