20 de dez. de 2013

Hellish War - Keep It Hellish (CD)

Nota 10/10

Por Marcos Garcia

Sempre que a formação de uma banda se altera, sempre fica a desconfiança sobre o sucessor, especialmente se estivermos falando de vocalistas. E nunca é uma transição muito fácil, já que muitos fãs mais xiitas tendem a não aceitar o novo trabalho. Mas sempre há aquelas bandas que encaram a mudança, dizendo “vamos adiante” e pronto. E um guerreiro da melhor estirpe é o excelente HELLISH WAR, quinteto de Campinas (SP), que chega com “Keep It Hellish”, seu novo álbum de estúdio.

O estilo da banda é um meio termo entre o Metal tradicional e o Power Metal dos anos 80, ambos numa orientação que lembra a velha escola alemã (com muito do HELLOWEEN da fase de Kai Hansen como vocalista, e do RUNNING WILD, especialmente as guitarras). Mas não se enganem: o quinteto não soa datado e nem tenta de forma alguma imitar quem quer que seja. Os calos da experiência ensinaram ao grupo a ter personalidade forte, e é isso que nos mostram as excelentes guitarras de Vulcano e Daniel Job (que ainda toca teclados no disco), o baixo de JR e a bateria de Daniel Person formam uma base rítmica pesada e com boa técnica, e o canto do estreante Bil Martins, que tem peito para se impor e estar adiante da banda, com um canto forte e vigoroso, onde agressividade e melodia se mesclam de forma harmoniosa. E não se assustem, já que o quinteto está com garra e energia para dar e vender, fazendo um dos melhores trabalhos de sua carreira.

Hellish War
A produção do experiente Ricardo Piccoli (feita no Piccoli Studio) soube dar corpo à música do quinteto, soando limpa e intensa, longe de ser datada, com os instrumentos claros e bem assentados. A arte, um trabalho muito bom de Eduardo “Zé Helloween” Burato, ficou ótima, em um trabalho gráfico que remete diretamente ao Metal germânico, e aparentemente rebuscando o personagem da capa de “Defenders of Metal” (seu primeiro CD), em uma possível alusão ao renascimento do grupo.

Em termos musicais, o grupo não teve grandes mudanças estilísticas, mas apenas lapidou ainda mais sua música. Ou seja, avançaram mais alguns passos no caminho escolhido, mas sem perderem sua identidade.

“Keep It Hellish” é ótimo do início ao fim, com destaques absolutos para “Keep It Hellish” (vigorosa e cheia de energia, com ótimos vocais, refrão bem ganchudo, e solos das guitarras faiscantes, sendo a música quase que uma declaração de guerra a quem duvidava de sua volta por cima), a mais cadenciada “The Challenge” (a força da cozinha baixo-bateria é sensível aos ouvidos), “Reflects of the Blade” (introduzida por um mini-solo de bateria ótimo, até virar uma canção com andamento moderado e pesado), a agressiva “Master of Wreckage” (as vocalizações estão ótimas, especialmente o refrão, em uma música rápida e ganchuda), a mais amena “Scars (Underneath Your Skin)” (ótimas guitarras, com grandes doses de melodia, mas quem conhece a banda, sabe que este é um de seus pontos mais fortes), a empolgante “Darkness Ride” e a longa e mais arrastada “The Quest” (aqui, Bil mostra todo seu talento).

Sim, eles estão de volta, e com disposição para fazer seu pescoço doer por dias a fio.

Sejam bem vindos de volta, e agradecemos pelo ótimo disco!



Tracklist

01. Keep It Hellish
02. The Challenge
03. Reflects on the Blade
04. Fire and Killing
05. Masters of Wreckage
06. Battle at Sea (instrumental)
07. Phantom Ship
08. Scars (Underneath Your Skin)
09. Darkness Ride
10. The Quest


Formação:

Bil Martins - Vocais
Vulcano – Guitarras
Daniel Job – Guitarras, teclados
JR – Baixo 
Daniel Person – Bateria 


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