27 de dez. de 2013

Desdominus - Devastating Millenary Lies (CD)

Misanthropic Records
Nota 10/10

Por Marcos Garcia


E eis que após dez anos depois de "Without Domain", o DESDOMINUS, banda cult de Americana, retorna com seu disco mais novo, "Devastating Millenary Lies", que enfim chega às páginas do Metal Samsara.

A primeira coisa que fica muito clara é que o grupo deu uma bela evoluída sonora, já que o Death/Black feroz de antes, apesar de intocado em sua brutalidade, deu espaço à ótimas melodias (as guitarras estão fantásticas no disco, diga-se de passagem), ou seja, o quarteto soube dar um requinte e embelezamento ao seu som furioso, e em parte, estão na mesma veia de bandas como DISSECTION e LORD BELIAL, sem ser cópia desses (não confundam as coisas, por favor). Ótimos vocais rasgados que se alternam com urros vez por outra (e mesmo algumas vozes limpas muito bem colocadas), a dupla de guitarras está fazendo um trabalho ótimo (seja nas bases ou nos solos), baixo e bateria com um trabalho sólido na base rítmica da banda, mas sem perder a boa técnica (reparem que o uso dos bumbos duplos é feito com parcimônia). E esta mistura significa uma golfada bruta e bem feita, mas com certa elegância.

Produzido pelo próprio grupo junto com Guilherme Malosso no estúdio RG, tendo masterização de Lauro Nightrealm (que tem se mostrado uma revelação nesse aspecto em nosso país, fora seus ótimos trabalhos em termos de arte e design), a sonoridade atingida pela banda está bem clara e deixando os instrumentos bem audíveis a todos, bem como aqueles detalhes minimalistas da música da banda estão evidenciados. Mas tudo isso sem deixar de ter peso e agressividade transbordando dos falantes. A energia de sua música chega a ser absurda. Já o aspecto visual, um trabalho bem feito de Paolo Bruno, focada em tons mais escuros, dá o tom de soturnidade requerido à banas do gênero, sem deixar de ser bela e muito bem antenada com a proposta lírica do grupo (que foge do Satanismo infantilóide em busca de letras mais rebuscadas. É sensível uma certa aura "nietzscheana" nelas, ou seja, aqui existem mentes pensantes, tão necessárias ao Metal nacional).

Desdominus
Em termos de composição, os dez anos são justificáveis, pois o DESDOMINUS criou um CD irrepreensível, com um nível bem homogêneo distribuído por suas oito faixas (a primeira e a última são aquelas tradicionais instrumentais de abertura e encerramento de um disco).

Pontos fortes do CD: "A Queda dos Ídolos" (uma faixa bem diversificada em termos de andamentos, com forte presença das guitarras, onde começam a brotar algumas ótimas melodias, onde Guilherme Malosso dá uma canja nos vocais), a bruta "Devastating Millenary Lies" (a bateria está fantástica, com boas viradas e pegada pesada, o que obriga o baixo a se destacar bastante, com participação de Jefferson Bueno nos vocais), a longa e ótima "Dethroning the Inferior Ones" (com grandes momentos cadenciados e ótimos solos, que fogem o esquemão "nota-alavanca-nota". E mais uma vez, Guilherme Malosso aparece nos vocais), "Autolatry" (veja alguns riffs quase Thrash marcando presença, fora os ótimos vocais), a golfada de brutalidade sonora "No Retribution" (os vocais estão ótimos), as tijoladas "Behind the Dogma's Mask" (estes guitarristas estão dando um autêntico show no CD, diga-se de passagem, em mais uma canção onde as guitarras mostram riffs excelentes) e "Def(aith)eat" (com a participação de Daniel Alves nos vocais), e a maravilhosa "Religion: The Chains of Empty Minds". É, as oito faixas foram destacadas, não dá para tirar uma ou outra! É de partir o coração de quem gosta de Metal!

Um disco excelente, que mostra que o quarteto está mais que disposto a retomar seu espaço no Metal nacional. E indo assim, eles vão mesmo se tornar muito grandes, sem sombra de dúvidas!







Tracklist:

01. Asleep (Preludium)
02. A Queda dos Ídolos
03. Devastating Millenary Lies
04. Dethroning the Inferior Ones
05. Autolatry
06. No Retribution
07. Behind the Dogma's Mask
08. Def(aith)eat
09. Religion: The Chains of Empty Minds
10. Awake (Postludium)


Banda:

Paolo Bruno - Vocais, guitarras
Willian Gonsalves - Guitarras
Rafael de Faria - Baixo
Ney Paulino - Bateria, narrativas


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