30 de ago. de 2013

Max Cavalera - My Bloody Roots (Livro)

Fonte da imagem: página oficial do Soulfly no Facebook
Agir Editora - Nacional


E após 4 dias de uma agradável leitura, podemos enfim dar um parecer a 'My Bloody Roots', a biografia de Max Cavalera que acaba de ser lançada.

A primeira coisa que salta os olhos é o fato de que não há um narrador escrevendo o livro, baseado em revistas, livros ou programas de TV, já que todas as linhas são, na realidade, escritas pelo próprio Max, e assim, a leitura deixa de ter aquele caráter rígido da formalidade profissional para ser mais fluida e informal, e de certa forma, mais autêntica com a realidade dos fatos narrados. Mas ao mesmo tempo, não tem aquele jeitão de “diário”, ou seja, apesar de ter sido ordenado cronologicamente, não existe aquela coisa de “hoje meu dia foi...” que tornaria a leitura maçante. E garantimos: a leitura dessa biografia poderia ser tudo, menos chata e enfadonha. E isso sem mencionar o prefácio de Dave Grohl, que está mais para um depoimento de um fã, e por este motivo, antenado com todo o conteúdo do livro, pois são as palavras de um fã da banda.

Confirmando a veracidade de cada momento, existem depoimentos de músicos, familiares e outras pessoas que estiveram (ou ainda estão) ligadas à vida de Max, como Gloria (sua esposa e empresária), Iggor (seu irmão), Vânia (sua mãe), David Vincent (que participou de uma faixa do SOULFLY), Marc Rizzo (guitarrista do SOULFLY e amigo de longa data), Michael Whelan (o artista que criou as capas de 'Beneath the Remains', 'Arise', 'Chaos A.D.' e 'Roots'), Monte Conner (da Roadrunner Records), entre tantos outros.

É interessante ver a história de vida de Max sob sua ótica, e ver pontos baixos (como a morte do pai ainda muito criança, a mudança de SP para BH, a passagem do enteado Dana, sua saída do SEPULTURA, e mesmo a bela narrativa sobre sua luta contra o alcoolismo e vício em analgésicos) e altos (a subida ao sucesso, a volta com o SOULFLY, a reconciliação com o irmão Iggor e sua completitude ao compor/gravar/tocar), e é impossível ao leitor não se envolver, não sentir em si mesmo as tristezas e alegrias pelas quais a vida de Max foi permeada. Há uma sinergia incrível, e Max realmente cativa o leitor a cada momento.

Obviamente, existem fotos de Max em várias situações: ainda como criança, com o SEPULTURA ainda começando a engatinhar em BH, das turnês posteriores, a visita aos índios Xavantes durante as gravações de ‘Roots’, já com o SOULFLY e com a própria família, tudo mantendo sempre um clima muito intimista e confortável ao leitor, que começa a se sentir membro da família.

Uma leitura excelente, que merece ser feita e refeita, e ao final dela, sentimos que uma comparação que este autor já fez anteriormente: Max realmente é o Ozzy Brasileiro, pois já transcendeu o fato de ser um simples músico, para entrar no Hall das grandes personalidades do Metal de todos os tempos, seja no Brasil, seja no exterior.

E o melhor de tudo: está história ainda está sendo escrita, pois o leitor e o próprio Max ainda estão aqui, com muito a dizer um ao outro...

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