19 de jul. de 2013

Hibria - Silent Revenge (CD)

Voice Music - Nacional
Nota 10/10

Por Marcos Garcia


Em muitos debates em que esse autor está envolvido, um dos mais intensos é referente à motivação de uma banda nacional raramente ter forte apelo justamente aqui, no Brasil, seu país de origem, enquanto fora daqui, esta é um gigante respeitado. A conclusão é de que o brasileiro ainda conserva aquela mentalidade do Brasil-colônia de que "o que se faz aqui é ruim, e o que vem de fora é ótimo", e que para vencer aqui, é preciso convencer os gringos primeiro. Um autêntico preconceito estúpido, e que bandas como o gaúcho HIBRIA colocam abaixo com trabalhos cada vez mais convincentes, como este excelente 'Silent Revenge', seu novo trabalho que a Voice Music pôs no mercado nacional. 

Sem trocadilhos, este quinteto faz um híbrido de Power Metal com tendências mais modernas do Metal Tradicional, ganhando agressividade sem perder a melodia e técnica, levando sua música a um nível de inovação raramente visto no Metal mundial. Os vocais de Iuri Sanson estão ótimos, sabendo usar timbres agudos e graves nas medidas certas, soando melodioso e agressivo sem problemas; as guitarras de Abel Camargo e Renato Osório forma uma muralha de riffs muito pesados e bem variados, ao mesmo tempo em que os solos fluem de forma melodiosa e natural, com muito feeling; Benhur Lima está debulhando no baixo, e Eduardo Baldo está tocando muito na bateria, e juntos, formam uma cozinha rítmica de respeito e peso, que sabe soar pesado e técnico ao mesmo tempo. E a fusão de todos estes elementos gera uma música que sangra aos borbotões em energia, peso, agressiva, empolgante, e sem deixar de ter momentos mais acessíveis. E não é sem méritos próprios que eles estão escalados para a próxima edição do Rock in Rio.

Tendo as mãos de Renato Osório na produção e Benhur Lima na mixagem (com a consultoria de Paulo Anhaia), fora a masterização de Mike Couzzi, a sonoridade que flui do CD é perfeita, com escolha esmerada dos timbres dos instrumentos, balanceando muito a alquimia entre peso-melodia-limpeza, e assim, é uma sonoridade que pulsa com vida, abrilhantando o trabalho musical do quinteto. Já a arte é perfeita, com capa e encarte de Benhur Lima, que soube fazer um trabalho não tão complexo, mas eficiente e muito agradável aos olhos. E isso mostra que o quinteto sabe gerenciar todos os aspectos de seu trabalho.

E quando o CD começa a tocar, a frase que melhor traduz o que temos em mente é "AGORA A P**** FICOU SÉRIA!", pois são 9 faixas de uma música inebriante aos fãs de Metal que se prezam.

O disco abre com a arrasa-quarteirões 'Silent Revenge', uma faixa agressiva e ganchuda, com ótimos riffs e vocais exuberantes, especialmente no refrão, e nela, temos a participação especial de André Meyer, do DISTRAUGHT (reparem em alguns vocais mais urrados que surgem no refrão); seguida depois pela ganchuda 'Lonely Fight', de onde flui uma tendência mais modernosa em termos de Metal Tradicional, onde baixo e bateria mostram seu valor; 'Deadly Vengeance' começa veloz, mas é uma faixa um pouco mais cadenciada, evidenciando o peso e conduções na bateria, fora o ótimo trabalho de Mr. Sanson e a participação especial de Maurício Pezzi no piano durante um momento mais ameno; e mais uma vez o baixo rouba a cena na empolgante 'Walking to Death', outra onde o refrão é um ponto forte; a ótima 'Silence Will Make You Suffer', onde o andamento é mais moderado e é a faixa mais acessível do trabalho, oscilando entre momentos lentos (onde o baixo se mostra mais uma vez eficiente) e outros mais pesados (onde as guitarras mostram sua força), mostrando  versatilidade dos vocais (onde André Meyer novamente dá uma canja) e mantendo-se uma faixa maravilhosa do início ao fim; a mais emotiva e também acessível 'Shall I Keep on Burning?', uma quase balada pesada e cheia de peso e vigor, com solos de guitarra soberbos; em 'The Place that You Belong' tornamos a ter momentos mais pesados e modernos, com um andamento sinuoso e cheio de momentos brilhantes de baixo e guitarras, basicamente os mesmos elementos que encontraremos em 'The Scream of an Angel', com um andamento envolvente, onde há as melodias se tornam mais acentuadas; e 'The Way It is', com seus mais de oito minutos de duração, onde a tônica é um andamento "mid-tempo" e muita melodia e peso, mas sem perder de vista a agressividade de todo o disco, onde todos os instrumentos possuem seu momento de maior brilhantismo. Maravilhoso, pesado, intenso, soberbo, perfeito, inteligente... São palavras que não conseguem representar tudo o que este disco é.

E vejam bem: os japoneses foram os primeiros a valorizarem o HIBRIA, logo, que tal agora todos darem à banda seu devido reconhecimento? Eles fizeram por merecer neste que, sem sombra de dúvidas, é um dos melhores plays nacionais de 2013, e os credencia para grandes shows e vôos ainda mais altos.




Tracklist:

01. Silent Revenge
02. Lonely Fight
03. Deadly Vengeance
04. Walking to Death
05. Silence Will Make You Suffer
06. Shall I Keep on Burning?
07. The Place that You Belong
08. The Scream of an Angel
09. The Way It is


Formação:

Iuri Sanson - Vocais
Renato Osório - Guitarras
Abel Camargo - Guitarras
Benhur Lima - Baixo
Eduardo Baldo - Bateria



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