22 de abr. de 2013

Dynahead - Chordata I

MS Metal Records - Nacional
Nota 10


Por Marcos Garcia

Alguns trabalhos, musicalmente falando, são tão inovadores que são capazes de desafiar até mesmo o mais eclético ouvinte, uma vez que é sempre difícil de analisar certos discos. E o DYNAHEAD, grupo oriundo de Brasília, resolveram desafiar de vez os mais ecléticos bangers com o belíssimo quebra-cabeças chamado 'Chordata I', que a MS Metal Records acaba de lançar.

Podemos dizer que, guardada certas proporções, 'Chordata I' é como 'Into the Pandemonium' ou 'Wildhoney' em termos de versatilidade, com um trabalho musical tão amplo que torna cada momento da audição uma surpresa, pois temos momentos violentos e brutos contrastando com outros quase jazzísticos e progressivos sem o mínimo pudor, e alguns inserts de música brasileira aqui e ali, mas sem ser algo fora de contexto ou mesmo cansativo, muito pelo contrário: o quarteto se renova a cada momento.

A produção sonora, mixagem e masterização nas mãos de Caio Duarte, temos uma gravação extremamente limpa, já que nos momentos mais amenos e calmos, tudo fica muito audível e claro, mas nos momentos mais brutais, tome peso e brutalidade coesas, sem que nenhum instrumento seja inaudível em momento algum. A arte é chamativa e foge dos padrões do Metal, com uma bela embalagem Digipack ostentando uma gravura belíssima criada por Chris Panatier.

Mas quando o CD começa a rolar, se preparem, pois a viagem é garantida. O CD se nivela por cima, sem oscilações de qualidade, mantendo pegada, peso e beleza, sem enjoar o ouvinte.

Óbvio que por ser um disco que desafia o ouvinte, cada audição proporciona algo diferente em termos de sentimentos, e descobertas surgem ao ouvir o CD diversas vezes, mas podemos destacar a belíssima 'Abiogenesis', que tem um trabalho vocal ótimo, unidos à guitarras bem diversificadas; a mais energética 'Bred Patterns', que começa bruta, para então ceder lugar à vocais amenos e guitarras quase limpas, para então virar um apocalipse de vocais urrados, bateria técnica e tempos extremamente quebrados; a mais bruta e cheia de variações 'Collective Skin', com boas variações para momentos mais progressivos; a bela 'Echoes of the Waves', que é mais "slow motion" e se foca no dueto entre voz e piano, numa composição mais sentimental, mas longe de ser açucarada; a ganchuda e extremamente progressiva 'Foster'; a maravilhosa 'Growing in Veins'; e 'Hallowed Engine', com inserts de Samba muito bem feitos. E nem parece que o baterista Deth Santos não participou das gravações (estava com problemas pessoais), e que Caio Duarte (vocalista, e que também toca teclados no CD) fez tudo.

Revolucionário, e após algumas audições e resolver o enigma "decifra-me ou te devoro", será considerado por muitos como um dos melhores CDs de 2013, com toda certeza. 

E que venha logo a parte II desta obra conceitual.





Tracklist:

01. Abiogenesis
02. Bred Patterns
03. Collective Skin
04. Dawn Mirrored in Me
05. Echoes of the Waves
06. Foster
07. Growing in Veins
08. Hallowed Engine
09. Inevitable


Formação:

Caio Duarte - Vocais, bateria, teclados
Diego Teixeira - Baixo
Diogo Mafra - Guitarras
Pablo Vilela - Guitarras
Jorge Macarrão - Percussão (convidado)


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