15 de nov. de 2012

Bad Salad: Uncivilized (CD)


Independente - Nacional
Nota 9

Por Marcos Garcia

Prog Metal bem feito, bastante viajante e com técnica de sobra, mas sem esquecer de ter peso. A fórmula não é recente, mas mesmo assim, quando cai nas mãos de quem sabe o que faz, sempre rende bons frutos, e outras vezes ficam meio desequilibrado entre peso e técnica, gerando bocejos. O Brasil anda mostrando bons talentos nesse estilo, e mais um é o ótimo BAD SALAD, quarteto do Distrito Federal, que acaba de soltar seu primeiro full lenght, o ótimo 'Uncivilized'.

Pesado, técnico, sabendo equalizar cada elemento de sua música sem perder a noção do que se está fazendo, e temos uma banda com uma identidade bem forjada, e que faz uma música onde se pode ouvir vocais afiados e bem postados na melodia e sabendo variar entre o vocal normal seco, agressivo e intenso (que raramente usa timbres muito agudos, o que já torna a banda bem diversa do que vemos no estilo) e momentos mais amenos, guitarras mostrando uma riqueza técnica muito boa, sem perder peso e pegada nos riffs e solos; teclados sóbrios (apesar de boa técnica) que se encaixam justos nas canções, baixo e bateria muito técnicos, mas sabendo soar com peso e vibração, sem deixar espaços audíveis. Ou seja, o som é pesado e forte, como vemos nas bandas de Metal Tradicional, mas a técnica é toda 'heavyssíva', logo, o som da banda agrada bastante.

Produzido pelo próprio quarteto, apesar de ser um trabalho independente, a produção e sonorização são de alto nível, deixando cada um daqueles detalhes tão importantes para o Progressive Metal bem às claras, mas sabendo dar peso à música da banda. A arte do CD em si merece um comentário à parte, com uma capa bem subjetiva e que permite a interpretação livre do ouvinte, e no encarte, cada letra está com imagens que refletem a temática de cada uma delas, ou seja, é um trabalho muito bem feito e bem acabado.

Quando a música da banda começa a sair pelos falantes, temos um produto bem envolvente e complexo, sendo que as sete faixas do CD são bem longas, mas não cansam os ouvidos, pois a diversidade técnica do grupo é muito boa, bem como cada uma reflete uma criatividade muito acentuada. 'Crowded Sky', que abre o CD, mostra bastante peso e técnica, com um trabalho fantástico de guitarras e vocais rascantes bem postados; 'Nemesis', mesmo pesada, apresenta um andamento não tão veloz, focada bem mais na climática intensa, com teclados bem evidentes e participação de alguns vocais mais rasgados e agressivos; 'Mourning' é uma faixa mais com clima de balada, fluindo dela muito sentimento, onde os vocais se sobressaem de forma maravilhosa justamente pela versatilidade que impõem na canção, mas não se iludam, pois há uma parte da música (mais especificamente a partir de sua metade até quase o final) em que começam crescendos maravilhosos e tempos quebrados em profusão, especialmente durante o solo de guitarra; 'The Second Calling' volta a pegar mais pesado, com belos andamentos alternados e diversidade musical bem grande, com baixo e bateria mostrando uma técnica privilegiada; 'Damned' usa e abusa de peso e clima etéreo, firme nos andamentos complexos, onde mais uma vez baixo e bateria se sobressaem;  a alternância entre momentos pesados e técnicos com outros mais suaves é o que se apresenta na ótima 'Sights from Within', em uma faixa bastante envolvente e forte, com belos solos de guitarra, que usam bem mais o feeling que a técnica (embora não seja algo simplório) e ótimas orquestrações; fechando o play em alto nível, temos 'Dawn of the Machine', a faixa mais longa do CD, onde vemos cada elemento da complexa essência musical da banda presente, como se para consolidar este discão.

Uma banda de muito futuro, uma boa revelação da cena brasileira, e esperemos que não parem tão cedo e que continuem a nos brindar com uma música tão boa.

Nemesis

Faixas:

01. Crowded Sky
02. Nemesis
03. Mourning
04. The Second Calling
05. Damned
06. Sights from Within
07. Dawn of the Machine


Formação:

Denis Oliveira - Vocais
Thiago Campos - Guitarras
Felipe Campos - Baixo
Caco Gonçalves - Bateria
César Zolhof - Teclados (músico convidado)


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