Metal Samsara: Imagery - The Inner Journey (CD)

21 de jul. de 2012

Imagery - The Inner Journey (CD)

Independente - Nacional

Nota 8,5

Por Marcos Garcia

Em uma era como a nossa, onde a tecnologia digital a tudo torna bem mais simples, uma tônica existente em proporções médias, mas que já começam a causar certo temor, é que muitas bandas acabam se tornando mecânicas, sem vida, em uma sonoridade sem nenhum toque pessoal. Ou seja, ou é uma clonagem ou é algo vazio.

Mas ainda bem que bandas como o paranaense de Imagery, que chega com seu primeiro CD Full Length, The Inner Journey.

Orgânico, vibrante, melodioso, pesado, versátil, bem trabalhado, poderíamos dizer que o trabalho da banda é uma mistura de Metal com Progressivo e aspectos jazzísticos, com bom gosto, muito refinado e elegante. E os caras sabem pegar pesado quando preciso, e isso é um dos aspectos mais importantes.

Tendo uma produção de bom nível, feita por Julio Anizelli, que também cuidou da mixagem e da masterização nos Playrecpause Studios, em Londrina (PR), que é bem intensa e remete um pouquinho àquelas feitas nos anos 70; a arte, feita por Luciano Neves, também tem a mesma aura setentista e é muito boa, com encarte com letras legíveis e tudo nos conformes.

Quando o CD começa a tocar, a primeira coisa que se deve dizer é que o trabalho da banda é bem complexo, logo, só uma audição pode não ser suficiente, ao mesmo tempo em que cada uma delas lhes mostrará facetas novas da sonoridade do trio, ou seja, musicalmente, a banda é um arregaço, seja pela música em si ou pela técnica de cada um dos membros, que é privilegiada.

Cada música tem seus próprios atrativos, sendo todas muito boas. A instrumental Fourth Secret, que possui fortes nuances de Jazz e mesmo de Bossa Nova em meio à viagem etérea; a ótima Imagery, uma faixa variada e mais puxada para o Progressivo, embora os riffs da guitarra tragam à banda para o lado mais pesado; a jazzística e com toques de Funk/Soul americano Perception, que logo ganha peso e punch, com ótimo trabalho do baixo, boas vocalizações e teclados ótimos; a quebrada e bem pesada Start the War, com belo trabalho de baixo e do Hammond dando aquele clima etéreo, que são basicamente os mesmos elementos encontrados em The Rain, tirando os teclados; Show Me, uma faixa mais sensível e climática, densa e emotiva, com ótimo trabalho da cozinha baixo-bateria; Stranger possui quebradas de ritmo muito interessantes e ótimos riffs de guitarra, sendo outra faixa que pega bem pesado; e a multi-variada Last, oscilando entre o peso do Metal e a diversidade técnica do Progressivo, com ótimos solos de guitarra, teclados providenciais (o velho Hammond dá as caras) e trabalhada, sendo que seus mais de oito minutos se passam sem que se perceba.

Honesto, muito bom e digno de menção honrosa, bem como de uma conferida bem atenta.

Perception