15 de jun. de 2012

Tamuya Thrash Tribe – United (EP)


Independente - Nacional
Nota 9,5
Por Marcos Garcia

Um dos maiores prazeres que alguns nerds do Metal, inclusive este que vos escreve, é aquele de ter em mãos o trabalho de uma banda que tenha um som forte e agradável aos ouvidos (em termos de Metal), ao mesmo tempo em que suas letras possuam proposta além dos velhos clichês líricos que já encheram a paciência de muitos. E que prazer é poder ver um trabalho como este EP, United, da banda de Thrash Metal carioca Tamuya Thrash Tribe.
Primeiramente, a banda apresenta um Thrash Metal forte, pesado, denso, com claras influências da vertente mais melodioso dos EUA, mas ao mesmo tempo, não perde a agressividade e impacto, com uma técnica elegante e bela em um som extremamente encorpado e com fortes doses de emoção, e com letras enfocando a cultura de nosso povo, tantas vezes desprezada e deixada de lado, por mais bela que a mesma possa ser. Ou seja, vocais urrados com categoria, guitarras que transitam por ótimas melodias e momentos mais agressivos, cozinha firme nas bases rítmicas, mas mantendo bom nível técnico.
O EP inteiro é muito bom, e destacar esta ou aquela faixa é injusto com a banda, já que Immortal King, faixa de um vídeo da banda que deve estar para sair a qualquer momento, que tem um andamento em ritmo mediano, e esbanja energia e sentimento, pois trata do personagem histórico Zumbi de Palmares (mais informações aqui), com guitarras muito boas; Agonising and Insufferable, onde melodias e rispidez casam agradavelmente, em uma música bem empolgante, e com ótimo trabalho da base rítmica; 1814, bem mais intensa e pesada, onde os vocais se sobressaem (esta falando sobre o tráfico de escravos e movimentos de revolta devido aos maus tratos sofridos), assim como em Missions, com forte fundo histórico, tratando das missões, em uma crítica à catequese excludente e devastadora da cultura praticada com o indígena brasileiro (aqui um texto sobre o assunto); Uti Possidetis, outra bem intensa e focada mais no peso e na climática; e Tamuya, uma música muito intensa, pesada e com velocidade moderada, e o ponto interessante é que o nome da faixa deriva daquela coligação de tribos indígenas brasileiras, os Tamoios, cujo nome em tupi significa os velhos, os idosos, os anciãos, em retaliação a ataques feitos com o objetivo de capturar índios para o trabalho escravo (mais um texto aqui).
Sem dúvidas, mais um forte nome do Metal nacional, e uma grata revelação.

1814 


Tracklist:

01. Immortal King
02. Agonising and Insufferable
03. 1814
04. Missions
05. Uti Possidetis
06. Tamuya 

Formação:

Luciano Vassan – Guitarra e Vocais
Leonardo Emmanoel – Guitarra
João Paulo Mugrabi – Baixo
Guilherme Pollig – Bateria

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